Grandes empresas atrapalham promoção da saúde, diz chefe da OMS
Margaret Chan afirma que indústrias do tabaco, da comida e do refrigerante formam “oposição” a estilos de vida saudáveis; Conferência Global sobre Promoção da Saúde ocorre na Finlândia.
Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.
A diretora-geral da Organização Mundial da Saúde, OMS, afirmou nesta segunda-feira que os progressos sócio-econômicos estão criando condições que favorecem o aumento dos casos de doenças não-transmissíveis, como diabetes.
Margaret Chan discursou na 8ª Conferência Global sobre Promoção da Saúde, que está sendo realizada em Helsinque, capital da Finlândia. Ela disse que a adoção de um estilo de vida saudável vai contra os interesses da indústria.
Regulamentação
Segundo Chan, além das companhias de tabaco, a saúde pública luta contra a indústria da comida, do refrigerante e do álcool. Essas indústrias temem a regulamentação e se protegem usando as mesmas táticas.
A chefe da OMS citou que as ações incluem lobbies, promessas de auto-regulação e pesquisas financiadas pela própria indústria, que “confundem as evidências e mantém o público em dúvida”.
Oposição
Para Chan, as grandes empresas formam “uma oposição formidável” e colocam a responsabilidade dos danos à saúde diretamente no consumidor. Ela lamentou também que poucos governos priorizem a saúde.
A diretora da OMS lembrou que nenhum país conseguiu reverter a epidemia de obesidade em todas as faixas etárias. Ela disse que este é um exemplo da falta de vontade política de ir contra os interesses da indústria.
Margaret Chan também está preocupada com casos de governos que foram levados à justiça por criar políticas de proteção à saúde da população. A reunião na Finlândia é promovida pela OMS e pelo governo do país e segue até sexta-feira.