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Enviada saúda possível negociação entre RD Congo e M23 BR

Enviada saúda possível negociação entre RD Congo e M23

Mary Robinson, representante da ONU para os Grandes Lagos, está otimista com anúncio de que governo congolês e Movimento 23 de Março devem se reunir em breve para negociações de paz; conflitos entre os dois lados já deixaram mais de 130 mil civis deslocados.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.

A enviada especial da ONU para a região africana dos Grandes Lagos saudou a possibilidade de conversações de paz entre o governo da República Democrática do Congo e o Movimento 23 de Março, M23.

Mary Robinson apela aos dois lados para que resolvam o quanto antes as negociações e busquem normalizar a situação no leste do país.

Esforços Políticos

Em um comunicado emitido na noite de sexta-feira, a enviada apoia o anúncio de um encontro entre governo e rebeldes, que deve ocorrer em breve na capital do Uganda, Kampala.

Robinson destaca a importância de esforços políticos para o alcance da paz e da segurança para a população congolesa. Em novembro do ano passado, integrantes do grupo armado M23 ocuparam a cidade de Goma, no leste da RD Congo.

Os conflitos entre rebeldes e governo obrigaram mais de 130 mil civis a deixar suas casas e outros 47 mil buscaram abrigo na província vizinha, Kivu Sul.

Brigada

Em março, o Conselho de Segurança autorizou o envio de uma brigada de intervenção contra o grupo armado, para operações de ofensiva na área, com ou sem a presença do Exércio Nacional Congolês. No mês passado, um contingente da Tanzânia chegou a Goma para fazer parte da brigada.

Recentemente, as tensões na região se intensificaram, após o M23 ter condenado publicamente o envio da brigada de intervenção. Há pouco mais de duas semanas, novos conflitos começaram em Goma.

Acordo

As hostilidades diminuiram um pouco com a visita, no mês passado, do Secretário-Geral, Ban Ki-moon, da enviada Mary Robinson e do presidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim.

Os três estiveram na RD Congo, Ruanda, Uganda e outros países africanos, e reforçaram o apoio à Rede de Cooperação, Paz e Segurança para a RD Congo e Região.

O acordo intermediado pela ONU, e assinado em fevereiro por 11 líderes africanos, busca um fim nos ciclos de conflito e violência, em especial o fim do sofrimento de mulheres e crianças, que formam a maioria dos deslocados internos.

O documento pede ainda a desintegração de todos os grupos armados em atividade na RD Congo.