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Pillay preocupada com condenação de 43 funcionários de ONGs no Egito BR

Pillay preocupada com condenação de 43 funcionários de ONGs no Egito

Alta comissária de direitos humanos das Nações Unidas prometeu seguir o caso de perto; 27 reus foram julgados à revelia e sentenciados a cinco anos de prisão.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova York.*

A alta comissária de direitos humanos das Nações Unidas afirmou que está “muito preocupada” com a condenação de dezenas de funcionários de organizações não-governamentais no Egito.

Em nota, Navi Pillay lembrou que a condenação baseou-se num Código Penal que vigorava na época do ex-presidente egípcio Hosni Mubarak, e portanto antes da Primavera Árabe, ocorrida no país. O Código impõe severas limitações ao direito de associação e reunião.

Cidadão dos Estados Unidos

Pillay informou que 27 dos 43 reus foram julgados à revelia e condenados a cinco anos de prisão. Já entre 16 presentes, incluindo um cidadão dos Estados Unidos, cinco vão pegar dois anos e o resto um ano de prisão por trabalho ilegal no Egito.

O julgamento dos acusados ocorreu no ano passado, quando o país ainda era governado por uma junta militar.

Para Navi Pillay, a sentença desconsidera o direito à liberdade de associação. De acordo com a alta comissária, restrições só devem ser impostas conforme obrigações internacionais de direitos humanos, uma vez que o Egito ratificou o Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos na década de 80.

Os condenados informaram que irão apelar da sentença.

*Apresentação: Mônica Villela Grayley.