Perspectiva Global Reportagens Humanas

Veredicto contra funcionários de ONGs no Egito levanta preocupações

Veredicto contra funcionários de ONGs no Egito levanta preocupações

Alta comissária de Direitos Humanos promete acompanhar de perto o caso, baseado num artigo que diz levar a graves limitações do direito à liberdade de associação; um dos 43 cidadãos condenados é norte-americano.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.*

A alta comissária de Direitos Humanos disse estar “muito preocupada” com o veredicto pronunciado, na terça-feira, contra dezenas de funcionários de organizações não-governamentais no Egito.

Em nota, Navi Pillay  promete acompanhar de perto o caso, que envolve 43 acusados. Todos do grupo foram condenados e 27 réus foram julgados à revelia e condenados a cinco anos de prisão.

Trabalho Ilegal

De acordo com agências noticiosas, cinco dos 16 presentes, incluindo um cidadão norte-americano, foram condenados a dois anos de prisão efetiva e os restantes a um ano de prisão condicional por trabalho ilegal.

Pillay prometeu acompanhar de perto o desenrolar do caso, que foi levado a recurso. Os acusados foram à justiça no ano passado, quando o país era governado por uma junta militar de transição.

Limitações

De acordo com a alta comissária, o veredicto é baseado num artigo do Código Penal que remonta à era do antigo presidente egípcio, Hosni Mubarak.

Conforme defende, o parágrafo está vagamente formulado e, por muitas vezes, tem sido interpretado de formas que levaram a graves limitações do direito à liberdade de associação.

Obrigações

A representante afirma que as disposições que regulam o direito de associação devem ser interpretadas e aplicadas conforme a jurisprudência internacional relevante.

Para Pillay, as restrições só devem ser impostas conforme as obrigações internacionais dos Direitos Humanos, tendo lembrado que  o Egito ratificou o Pacto Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos em 1982.

*Apresentação: Denise Costa.