Especialista fala de fugas por violação de direitos humanos na Eritreia
Relatora independente estima que 4 mil eritreus deixam mensalmente o país; nação africana pediu ajuda do Conselho de Direitos Humanos para os esforços que refere estarem a ter efeito positivo.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
A relatora especial sobre a Situação dos Direitos Humanos na Eritreia, Sheila Keetharuth, apontou a “situação alarmante” do país como a causa do fluxo constante de refugiados para as nações vizinhas.
De acordo com a perita, mais de 4 mil eritreus fogem mensalmente, apesar dos perigos extremos ao longo das rotas e do futuro incerto. As declarações foram feitas, em Genebra, na apresentação do seu informe ao Conselho de Direitos Humanos.
Ascensão
Keetharuth disse que milhares de pessoas deixaram o país na última década, apesar da “política de atirar a matar” implementada contra os que tentem fugir. Para ela, os números estão em ascensão.
Em resposta às constatações, a Eritreia disse que, contrariamente às alegações, desenvolve mecanismos institucionais para promover ideais e práticas “com efeitos positivos sobre o desenvolvimento e os direitos humanos.”
As medidas estão integradas em ações do Governo, das comunidades e de outras organizações. O país pediu ao Conselho e aos outros parceiros que apoiem os esforços em curso.
Cadeias
Para a relatora, a situação é caracterizada por execuções extrajudiciais, desaparecimentos forçados, prisões não comunicadas, detenções arbitrárias, torturas e condições desumanas nas cadeias.
Segundo referiu, “a política de atirar a matar para os que tentam fugir nas fronteiras é inaceitável ao abrigo do Direito Internacional.”
A relatora pediu que o paradeiro dos supostamente desaparecidos seja imediatamente comunicado às suas famílias, além da libertação de jornalistas, presos políticos e detidos com base na sua crença religiosa.