Perspectiva Global Reportagens Humanas

Relator quer interrupção do fabrico dos chamados robôs assassinos

Relator quer interrupção do fabrico dos chamados robôs assassinos

Especialista independente da ONU quer moratória sobre aspectos como produção, montagem e utilização dos tecnicamente conhecidos como robôs autónomos letais.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.*

O relator independente sobre Execuções Extrajudiciais, Sumárias e Arbitrárias, Christof Heyns, pediu que a implantação de robôs autónomos letais seja declarada inaceitável.

Num relatório apresentado, esta quarta-feira, no Conselho de Direitos Humanos, em Genebra, o especialista pediu a interrupção do desenvolvimento e da implantação dos também chamados robôs assassinos. 

Defendores

Agências noticiosas referem que, apesar de não serem usados, os dispositivos são produzidos por países como Estados Unidos, Reino Unido e Israel. Os defensores referem que a sua aplicação poderia salvar vidas, ao reduzir o número de soldados nos campos de batalha.

Para o relator, seria necessário permitir um envolvimento internacional maior e mais significativo no assunto, antes que se prossiga para o que chamou “mundo onde máquinas tenham o poder de matar os humanos.”

Tecnologia

De acordo com Heyns, vários Estados que atuam na matéria se comprometeram, no futuro previsível, a não usar os robôs.  Conforme explicou, aspectos muito fortes como a tecnologia e os orçamentos fazem com que siga em direção contrária. Segundo defendeu, os robôs podem, potencialmente, ser usados também por governos repressores contra seus opositores internos.

Para Heyns, o Conselho deve lançar um apelo para que os Estados declarem e implementem uma moratória nacional sobre a produção, montagem, transferência, aquisição, implantação e sua utilização. A medida teria efeitos até o estabelecimento de um quadro sobre o futuro dos  dispositivos.

Os robôs assassinos operam de forma independente ligados a computadores que decidem quem deve ser o alvo. Para o relator, a sua introdução levanta preocupações a longo prazo sobre a proteção da vida durante períodos de guerra e de paz.

Heyns referiu, ainda, que caso a sua produção e implantação não sejam verificados, máquinas e não seres humanos, deverão decidir sobre quem deve viver ou morrer.

*Apresentação: Denise Costa.