Acnur preocupado com impacto de combates no norte da Nigéria
Agência pede proteção às pessoas que fogem das ações das milícias Boko Haram e da resposta governamental; relatos apontam alegado impedimento da entrada de nigerianos aos Camarões.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
O Alto Comissariado da ONU para Refugiados, Acnur, disse estar preocupado com a segurança e o bem-estar de deslocados internos no norte da Nigéria. Na região, ocorrem ações das milícias Boko Haram com a resposta militar do governo.
A agência da ONU pede, tanto ao país como aos governos da região, que ofereçam proteção aos deslocados internos e aos candidatos a asilo.
Campanha
De acordo com agências noticiosas, cerca 2 mil soldados foram enviados para a região, há duas semanas, na que é tida como a maior campanha contra o grupo de insurgentes.
Em meados deste mês, o presidente nigeriano, Goodluck Jonathan, anunciou o controlo da segurança da região por militares, após declarar o estado de emergência nos estados de Borno, Yobe e Adamawa.
Camarões
Em nota, o Acnur cita relatos dando conta da existência de vários deslocados internos, além da travessia de fronteiras por pessoas em busca de abrigo nos países vizinhos. No Níger, foi confirmada a chegada de pelo menos 2,4 mil nigerianos.
Os relatos citados pela agência apontam, ainda, para alegado impedimento de entrada de nigerianos nos Camarões, devido a medidas para evitar a infiltração de grupos armados. O Chade também está a acolher nigerianos.
Decorrem contactos entre o Acnur e as autoridades dos Camarões para verificar os relatos e o seu impacto sobre os requerentes de asilo.
Responsabilidade
O Acnur lembra que as autoridades têm a responsabilidade de garantir a segurança nacional. Ao mesmo tempo, refere que é vital garantir a segurança e a proteção dos civis envolvidos na situação e o seu direito à busca de asilo nos países vizinhos.
A previsão de agências humanitárias é que os deslocamentos e fluxo de requerentes de asilo para os países vizinhos possa aumentar com as atividades do Boko Haram e a contínua reposta governamental.