Perspectiva Global Reportagens Humanas

Mobilização política indígena aumentou nos últimos 20 anos BR

Mobilização política indígena aumentou nos últimos 20 anos

Relatório do Pnud divulgado no Fórum Indígena da ONU mostrou que a participação de latino-americanos avançou no período; mas as mulheres indígenas não acompanharam esse progresso.

Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova York.

Um relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, Pnud, mostrou que a participação política dos indígenas latino-americanos aumentou nas últimas duas décadas.

O documento foi apresentado no Fórum Permanente da ONU sobre Questões Indígenas, que está sendo realizado em Nova York.

Mulheres

Segundo o Pnud, foram analisados seis países com a maior porcentagem de indígenas da região entre eles Bolívia, Equador e Peru.

O relatório mostrou que a participação política das mulheres tem sido um grande desafio porque elas enfrentam discriminação tripla: são mulheres, indígenas e pobres.

Saúde Mental

A diretora do Departamento de Atenção à Saúde Indígena do Brasil, Mariana Maleronka Ferron, falou no encontro da ONU sobre a saúde mental dos jovens indígenas. Ela fez um alerta sobre o abuso de bebidas alcoólicas.

“Hoje no Brasil, nós temos um problema muito grave em relação ao abuso de álcool entre a população de jovens indígenas. Quase 30% dos jovens, em um levantamento feito em 2009, podem ser considerados com problemas em relação à bebida alcoólica.”

Ferron disse ainda que outro problema para esse grupo é a violência armada para os que vivem perto dos grandes centros urbanos.

Congresso

O relatório diz que a participação indígena no congresso é maior na Bolívia, com mais de 30% dos parlamentares. O México tem 12% e os outros países, menos de 10%.

O Pnud afirmou que a América Latina e o Caribe têm cerca de 50 milhões de indígenas, o que representa 10% da população total da região.

Pobreza

O documento informou que apesar do avanço econômico da América Latina, o nível de pobreza entre os povos indígenas pouco mudou nas últimas décadas.

O documento mostra que a população branco-mestiça se beneficiou do progresso, mas não os indígenas, que parecem viver num mundo isolado dos aspectos positivos do desenvolvimento.