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Para diretora da OMS, "ninguém pode prever futuro" da epidemia do H7N9 BR

Para diretora da OMS, "ninguém pode prever futuro" da epidemia do H7N9

Na abertura da Assembleia Mundial da Saúde, Margaret Chan destaca que “o vírus da influenza se reinventa constantemente”; sobre progressos, ela comemora o acesso de milhões de pessoas aos antirretrovirais.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York. 

Começou nesta segunda-feira, em Genebra, a Assembleia Mundial da Saúde, com a participação de delegações e ministros dos países-membros da Organização Mundial da Saúde, OMS.

Na abertura da conferência, a diretora-geral da agência destacou que o mundo lida com duas doenças neste momento. Margaret Chan lembrou a epidemia de coronavírus no leste do Mediterrâneo, que já matou 20 pessoas.

Mutação

As infecções em humanos na China pelo vírus H7N9, uma nova forma da gripe aviária, também foram lembradas pela diretora da OMS. Segundo Margaret Chan, até o momento, estão descartados casos de infecção com a transmissão do vírus de pessoa para pessoa.

Mas a chefe da agência da ONU destacou que “os vírus da influenza se reinventam constantemente” e “ninguém pode prever o futuro desta epidemia”.

Chan pediu vigilância constante dos países, já que a “mutação e adaptação são mecanismos de sobrevivência” de vírus e bactérias. No discurso, a diretora da OMS lembrou ainda a importância da saúde na agenda de desenvolvimento pós-2015, quando termina o prazo dos Objetivos do Milênio.

Aids

Entre progressos na área, Chan comemorou que mais de 9 milhões de pessoas com HIV em países de baixa e média rendas têm agora acesso à terapia antirretroviral. Segundo ela, há 11 anos, o tratamento nessas nações alcançava 200 mil pessoas, sendo o “aumento mais rápido na história de uma intervenção que salva vidas.”

A chefe da OMS lembrou ainda progressos no combate à tuberculose e malária; o Plano de Ação Global de Vacinação deve expandir o acesso a dez vacinas até 2020 e a erradicação da pólio em vários países.

Mas Margaret Chan reforçou a necessidade de se investir em uma resposta aos casos de obesidade e assim, prevenir doenças do coração e respiratórias, diabetes e câncer.

Durante a Assembleia Mundial da Saúde, os países devem analisar três planos de ação sobre doenças não-transmissíveis, saúde mental e prevenção da cegueira. A conferência em Genebra segue até o dia 28 de maio.