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América Latina bate novo recorde de investimento estrangeiro direto BR

América Latina bate novo recorde de investimento estrangeiro direto

Relatório da Cepal indica que a região recebeu US$ 173,4 bilhões; Brasil continua a ser o maior receptor com 38% do total, seguido pelo Chile; mas agência alerta que baixo crescimento da indústria brasileira deve reduzir o ritmo em 2013.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova York.*

A região da América Latina e do Caribe recebeu, em 2012, um novo valor recorde de investimento estrangeiro direto, IED, calculado em US$ 173,4 bilhões, o equivalente a cerca de R$ 350 bilhões.

Em relatório, a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe, Cepal, disse que o valor corresponde a um aumento de 6,7% em relação a 2011. O fato ocorre apesar da “acentuada redução desses fluxos mundiais” em nível externo.

Brasil

O relatório indica que o Brasil continua a ser o maior receptor de investimento estrangeiro direto regional. No ano passado, o país recebeu 38% do total, correspondente a mais de US$ 65,2 milhões, e foi seguido pelo Chile.

Em entrevista à Rádio ONU, de Santiago do Chile, o diretor executivo da Cepal, Antônio Prado, disse que apesar da relativa queda no volume, deve continuar o dinamismo brasileiro como grande receptor do IED.

Indústria

“O caso brasileiro continua apresentando uma boa capacidade de captação de investimentos estrangeiros diretos mas uma pequena redução. Em 2012, houve uma queda de 2% nessa captação, o que manteve o Brasil ainda como principal receptor. A dificuldade brasileira tem sido basicamente o crescimento da indústria, A indústria brasileira tem crescido pouco e isso acaba afetando a recepção de novos investimentos”, disse.

Foram destinados 13% do total do investimento externo direto na área dos recursos minerais no Brasil. Mas para a América do Sul, os recursos naturais tiveram um fluxo de investimento estrangeiro direto de 51%, com destaque para o setor de mineração.

Crescimento

A Cepal destaca o crescimento econômico sustentado da região, pelos altos preços das matérias-primas e pela elevada rentabilidade dos investimentos associados à exploração dos recursos naturais.

Para 2013, o relatório Investimento Estrangeiro Direto na América Latina e Caribe 2012, prevê entradas de IED para a região num patamar que oscila entre uma queda de 3% e um aumento de 7% em relação a 2012.

 *Reportagem: Eleutério Guevane.