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Tráfico Humano afeta 25 milhões de pessoas no mundo inteiro BR

Tráfico Humano afeta 25 milhões de pessoas no mundo inteiro

ONU debate Plano de Ação para combater prática criminosa; negócios ilícitos gerados pelo crime geram US$ 32 bilhões de dólares por ano.

Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova York.

A ONU alerta que o tráfico humano atinge 25 milhões de pessoas no mundo inteiro e movimenta um mercado ilegal que gera US$ 32 bilhões, cerca de R$ 64 bilhões por ano.

A afirmação foi feita pelo presidente da Assembleia Geral, Vuk Jeremic, na abertura do debate sobre o Plano de Ação Global das Nações Unidas para Combater o Tráfico Humano, nesta segunda-feira em Nova York.

Parceria

Já o Secretário-Geral, Ban Ki-moon, afirmou que esse tipo de crime acaba com a pessoa e mina a economia dos países. Segundo ele, bilhões de dólares são gerados através da exploração e do abuso.

Ban deixou claro que esse mercado clandestino financia o tráfico de drogas, corrupção e outros crimes. Ele disse ainda que a ONU está unindo os parceiros para que todos trabalhem pela proteção das vítimas e para processar os traficantes, pondo um fim ao comércio com seres humanos.

O chefe da ONU disse que precisam ser dados três passos: a ratificação  do Protocolo sobre o Tráfico de Pessoas, a implementação do Plano de Ação Global e ao apoio ao fundo voluntário da ONU para ajudar as vítimas.

Combate

O embaixador de Cabo Verde nas Nações Unidas, António Lima, falou à Rádio ONU, em Nova York, sobre os desafios que os países enfrentam.

Ele explicou os passos que os governos devem dar para combater o tráfico humano.

“Um passo muito importante é, efetivamente, a legislação interna. Todos os países devem ratificar os protocolos, os documentos legais que existem a nível internacional e a nível da ONU. Em segundo lugar, é fundamental que haja uma uma sensibilização dentro do próprio país para que a ação não se limite aos que devem perseguir os criminosos.”

Proteção  

O presidente da Assembleia Geral explicou que o Plano de Ação foi criado para aumentar a coordenação internacional na proteção e assistência às vítimas.

Vuk Jeremic disse que os objetivos são: processar os alegados responsáveis e fortalecer as parcerias entre os governos, a sociedade civil, imprensa e setor privado.

Para o presidente da Assembleia Geral, o plano deve fazer parte da agenda de desenvolvimento da ONU pós-2015. Ele afirmou que praticamente todos os países fora expostos a esta prática, seja como ponto de origem, de passagem ou de destino. 

Jeremic afirmou que o encontro na sede das Nações Unidas dá aos países-membros oportunidade para examinar o progresso alcançado até agora. O plano tem quatro pilares: prevenção, proteção, julgamento e parceria.

Ele apelou não só aos países, mas também às organizações filantrópicas e ao setor privado que aumentem o apoio financeiro ao fundo voluntário da ONU para as vítimas de tráfico humano.