Pillay diz faltar vontade do governo da RD Congo em proteger população
Alta Comissária de direitos humanos da ONU refere-se aos casos de abuso sexual cometidos contra centenas de pessoas; ela reafirma que a ONU está pronta a apoiar as autoridades do país.
Leda Letra, da Rádio ONU em Nova Iorque.*
Após a ONU ter divulgado um relatório esta semana sobre 200 casos de estupros contra meninas e mulheres na República Democrática do Congo, a alta comissária para os direitos humanos voltou a reafirmar que a situação é “chocante”.
Navi Pillay concedeu esta sexta-feira uma entrevista exclusiva à Rádio ONU, em Nova Iorque, e destacou existir iniciativas para julgar os perpetradores dos atos.
Ação Urgente
Mas a alta comissária lamenta a falta de ação do Governo congolês para tratar a situação, que segundo ela, “tomou proporções enormes”.
Para Navi Pillay, “falta vontade da parte do Governo em proteger seu próprio povo contra este tipo de violência sexual. A alta comissária disse que as autoridades da RD Congo precisam agir agora, porquê “cada criança violada, cada homem ou mulher estuprada é uma vida perdida, porque suas vidas ficam arruinadas.”
Kivu
Segundo Pillay, as Nações Unidas estão prontas para ajudar o governo da RD Congo. Ela afirma que após ter persuadido, apelado e oferecido assistência às autoridades do país, já resta pouco a ser feito.
O relatório divulgado esta quarta-feira informa que tanto soldados das Forças Armadas como rebeldes do grupo M23 praticaram centenas de estupros nas províncias do Kivu Norte e Kivu Sul.
*Apresentação: Denise Costa, com reportagem de Donn Bobb.