Cabo Verde fala de “tesouro imenso” de Amílcar Cabral
Campanha da Unesco pretende reunir objetos, fotos, documentos e depoimentos do herói da independência do país e da Guiné-Bissau; declarações foram feitas pelo embaixador cabo-verdiano junto da ONU.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.*
Cabo Verde disse que o mundo ainda está por descobrir um tesouro imenso de Amílcar Cabral, nas vésperas do lançamento de uma campanha internacional para recolher objetos relacionados com o que é tido como um dos mais importantes revolucionários de África.
Na iniciativa, a ser lançada nesta terça-feira, a Organização da ONU para a Educação Ciência e Cultura, Unesco, pretende reunir objetos, fotos, documentos e depoimentos do herói da independência de Cabo Verde e da Guiné-Bissau.
Lusofonia
O embaixador cabo-verdiano junto das Nações Unidas falou à Rádio ONU da Cidade da Praia. António Lima disse que o contributo de Cabral para a cultura, a lusofonia e o desenvolvimento transcendem os países de língua oficial portuguesa.
“Cabral não é só um herói da luta de língua portuguesa. É também um estratega que foi muito importante para todas as lutas de libertação não só nos países de língua portuguesa mas também para outras lutas que se desenrolavam no mundo. A ideia da independência, da luta de libertação e da cultura, a ideia da construção de desenvolvimento até hoje nos fazem sentido e nos obrigam a pensar melhor,” considerou.
Visibilidade
No lançamento da iniciativa, na capital senegalesa, Dacar, será destacada a obra de Amílcar Cabral com vista a aumentar a sua visibilidade além de celebrar o que a agência da ONU chama “Che Guevara de África”.
O estratega da independência tanto para o seu país natal, a Guiné-Bissau, como para Cabo Verde nasceu em 1924 e morreu em 1973.
Casa/Museu
A Unesco apoiou a abertura da casa/museu, após restauração do seu local de nascimento em Bafatá, na Guiné-Bissau. A inauguração foi feita em janeiro pelo presidente interino guineense, Serifo Nhamadjo, após obras de restauração iniciadas em 2011.
Os restos do carro do Cabral e do tanque que foi usado para transportar o seu corpo do aeroporto de Bissau a Fortaleza d'Amoura onde foi enterrado, foram recolhidos em Bissau.
A Unesco diz que arquivos e fotos incluindo cartões postais também foram postos à venda, recentemente, para arrecadar fundos necessários para continuar a reforma da casa/museu sobre Amical Cabral.
*Apresentação: Denise Costa.