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Mineração e agricultura podem impulsionar PIB em Moçambique, diz FMI

Mineração e agricultura podem impulsionar PIB em Moçambique, diz FMI

Órgão aponta uma desaceleração acentuada da inflação em mais de 14 pontos percentuais desde 2010; especialistas aconselham autoridades a manter níveis de investimento público e a reforçar administração fiscal.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.*

O Fundo Monetário Internacional, FMI, prevê um crescimento de 7 % no Produto Interno Bruto, PIB, de Moçambique em 2013 devido à expansão da mineração e às previsões do aumento da produção agrícola global.

O órgão refere que, em 2012, o PIB real deve ter atingido 7,5%, que considera uma das taxas mais altas do mundo e da região. O desempenho económico refletiu a rápida expansão na produção de carvão, serviços financeiros, transportes, comunicações e agricultura.

Desaceleração

Após uma avaliação ao país, concluída nesta quarta-feira, o FMI aponta a desaceleração acentuada da inflação do pico de 16,6% do final de 2010, para 2,2 % registados em dezembro passado.

As razões vão desde as medidas de controlo monetário aplicadas em 2011, as boas colheitas e aumento do abastecimento de alimentos. Um outro fator referido é a relativa estabilidade do metical em relação às principais moedas, a evolução favorável dos preços internacionais e a estabilidade de preços.

Cheias

Mas as cheias ocorridas no país do início deste ano tiveram um impacto significativo, ao destruír plantações e infraestruturas do sul do país.

Na avaliação, as autoridades foram aconselhadas a manter o alto investimento público com vista a colmatar o considerado “enorme défice de infraestrutura e a gerir de forma prudente o endividamento público.”

Administração Fiscal

A outra recomendação principal é que continue a ser reforçada a administração fiscal e os sistemas de gestão das finanças públicas. O objetivo é que seja aumentado o espaço fiscal para os gastos de alta qualidade em infraestruturas.

Com a medida, pretende-se, igualmente, que seja garantido o desenvolvimento de setores prioritários como agricultura, saúde, educação, formação profissional, protecção social e outros.

*Apresentação: Denise Costa