No Quênia, atriz pede por maior combate ao tráfico ilegal de marfim
Chinesa Li Bingbing visitou o país africano como embaixadora da Boa Vontade do Programa da ONU para o Meio Ambiente; 17 mil elefantes foram mortos de forma ilegal somente em 2011.
Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.
Durante uma visita ao Quênia nesta segunda-feira, a atriz de cinema Li Bingbing, uma das maiores celebridades da China, apelou por um esforço maior de governos e consumidores no combate ao tráfico ilegal de marfim.
Bingbing é embaixadora da Boa Vontade do Programa da ONU para o Meio Ambiente, Pnuma, e foi considerada a “estrela asiática do ano” pela revista Variety. Ela também participa do filme Resident Evil 5.
Crime Organizado
Na sede do Pnuma, em Nairóbi, a atriz ressaltou que a “recente crise da caça levanta preocupações sobre a sobrevivência de elefantes e rinocerontes.” Ela lembrou que assassinatos dos animais podem ter ligação com o crime organizado e milícias armadas.
Li Bingbing lamentou que muitos consumidores na Ásia não percebem que ao comprar produtos feitos de marfim, eles “estão participando do comércio ilegal de animais selvagens e de suas sérias consequências”.
Assassinatos
Segundo o Pnuma, o número de elefantes assassinados na África dobrou na última década e o comércio de marfim triplicou. Somente em 2011, foram 17 mil elefantes mortos ilegalmente. A agência da ONU destaca que há indicações de que no ano passado, o total de elefantes assassinados também chegou a dezenas de milhares.
Nos Camarões, 450 elefantes foram assassinados em 2012. Especialistas acreditam que o dinheiro obtido com a caça ilegal financie conflitos armados na região.
Demanda Asiática
O Pnuma destaca que a demanda por marfim ilegal é alta em vários países da Ásia, em particular na China. Para o diretor-executivo da agência, Achim Steiner, a venda do marfim de elefante e de chifres de rinocerontes está ligada a redes criminosas envolvidas em tráfico humano e de drogas e extração ilegal de madeira.
Steiner considera que o trabalho da atriz Li Bingbing possa alcançar milhões de consumidores e promover escolhas sustentáveis que ajudem na sobrevivência dos animais africanos.
Ainda nesta semana, a chinesa irá visitar a Reserva Nacional Samburu, no norte do Quênia, para encontrar especialistas em vida selvagem e visitar locais onde ocorre a caça ilegal.
O comércio ilegal da vida selvagem vale, por ano, pelo menos US$ 19 bilhões, sendo o quarto maior mercado ilegal, depois do comércio de drogas, da falsificação e do tráfico humano. A estimativa é do WWF.