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2012 foi um dos anos mais quentes já registrados, afirma OMM BR

2012 foi um dos anos mais quentes já registrados, afirma OMM

Temperatura ficou 0.11° C acima da média entre 1961 e 1990; sendo o nono ano mais quente desde 1850; seca no Nordeste brasileiro foi mais severa.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.

A Organização Meteorológica Mundial anunciou nesta quinta-feira que 2012 foi o nono ano mais quente desde 1850, quando os registros começaram. Apesar da influência de resfriamento do La Ninã, a temperatura global na superfície da terra e do oceano foi cerca de 0,11° C acima da média de 14° C registrada entre 1961-1990.

Segundo o secretário-geral da OMM, o aquecimento constante da baixa atmosfera é “um sinal preocupante”. Michel Jarraud destaca que a tendência de alta nas concentrações de gases de efeito estufa na atmosfera e a maior força radiativa na Terra “confirmam que o aquecimento global irá continuar”.

Gelo

O chefe da agência da ONU afirma também que a extensão de gelo no mar Ártico entre agosto e setembro foi de 3,41 km², 18% menor do que o derretimento recorde anterior, em 2007.

Na Groenlândia, a superfície de gelo derreteu de forma “dramática”, cerca de 97% em meados de julho. A OMM afirma que este foi o maior derretimento desde o início dos registros via satélite, há 34 anos.

Eventos Extremos

Michel Jarraud lembra que vários outros eventos extremos do clima ocorreram em 2012, como secas, ciclones tropicais e o tufão Bopha. O nível do mar está cerca de 20 cm maior do que em 1880 e por isso, tempestades como o furacão Sandy resultaram em mais inundações de áreas costeiras.

O balanço da OMM sobre a temperatura do planeta no ano passado destaca que regiões como Nordeste do Brasil, centro dos Estados Unidos e Norte do México tiveram secas mais severas.

Neve

A quantidade de neve acumulada na América do Norte esteve abaixo da média, sendo uma das menores desde a década de 1960. Mas a Europa e a Ásia tiveram neve acima da média.

A agência lembra que a mudança climática é um fator de incerteza para setores econômicos, como agricultura e energia. Segundo a OMM, é preciso saber qual a quantidade extra de gases de efeito estufa está sendo armazenada nos oceanos e a consequência para a acidificação dos mares