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Comunidades se mobilizam contra violência doméstica em Timor-Leste BR

Comunidades se mobilizam contra violência doméstica em Timor-Leste

Rede de organizações trabalha com mulheres prestando apoio e treinamento em diferentes atividades; ONU Mulheres e ONG Apoio Coletivo Ásia-Pacífico em Timor-Leste auxiliam grupos de auto ajuda femininos.

Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova York.

As Nações Unidas, a ONU Mulheres e 35 organizações não-governamentais estão mobilizando a população contra a violência doméstica em Timor-Leste.

A iniciativa conta também com a participação do governo timorense e de parceiros da sociedade civil. O objetivo é conscientizar as pessoas sobre a existência da lei de violência doméstica sancionada em 2010, mas que muitos ainda não conhecem.

Visita

A sargento Amélia Rodrigues, é chefe da unidade de pessoas vulneráveis da polícia. Ela visita comunidades rurais para falar e esclarecer que a violência doméstica é crime.

Rodrigues ouviu de um líder de uma dessas comunidades que ele não se envolve se a disputa entre o casal não é séria. Ele disse que quando só ocorrem tapas, sem nenhum vestígio de sangue, o caso geralmente é resolvido pela própria família.

Crime

A sargento imediatamente contestou o chefe comunitário dizendo que tapa é considerado uma violência doméstica pela nova lei. Ela explicou que a violência não é só física, mas também econômica e sexual.

Por isso, Rodrigues alertou que ele deve denunciar esse tipo de caso à polícia.

Violência

A sargento está em Covalima, uma região onde ocorrem muitos conflitos e também tráfico humano e de drogas. Além disso, a área tem um alto índice de violência sexual e de gênero.

Para dificultar ainda mais a situação, as comunidades visitadas pela polícia e por representantes das ONGs que participam da iniciativa, ficam muito distante das delegacias. O acesso às estradas é praticamente impossível durante cinco meses do ano, por causa das chuvas.

A sargento Rodrigues afirmou que depois de fazer a ocorrência do crime, as vítimas são levadas para um abrigo especial. Lá, elas iniciam um processo de recuperação, físico e emocional, como também, recebem apoio de advogados para levar o caso à justiça.