ONU combate sarampo na Síria e recebe doação da Grã-Bretanha
Unicef aumentou campanha de vacinação para controlar surtos da doença que se espalha pela região; PMA recebeu US$ 43 milhões do governo britânico para ajudar refugiados sírios.
Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova York.
O Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, está coordenando um programa de vacinação em massa contra o sarampo na Síria e em países vizinhos.
Vários surtos da doença foram registrados não somente no território sírio, mas também na Jordânia, no Líbano, no Iraque e na Turquia. Todos esses países estão abrigando 1,4 milhão refugiados que fugiram da Síria por causa da violência.
Preocupação
A porta-voz do Unicef, Marixie Mercado, afirmou que a preocupação é real. Segundo ela, nenhuma criança morreu até agora de sarampo.
Pela avaliação da agência, Mercado disse que os surtos da doença estão restritos à Síria e aos países vizinhos. Ela explicou que a razão para isso foi a campanha de vacinação realizada no ano passado quando 1,3 milhão de crianças foram imunizadas contra o sarampo e 1,5 milhão contra a pólio.
O Unicef alerta que o grande movimento da população na Síria e a falência dos serviços de saúde no país exigem precauções extras para garantir que as crianças sejam vacinadas contra o sarampo.
Doação
O Programa Mundial de Alimentos, PMA, agradeceu, esta terça-feira, ao governo da Grã-Bretanha pela doação de US$ 43 milhões, equivalente a R$ 86 milhões.
Segundo o coordenador de emergência do PMA para a Síria, Muhannad Hadi, o dinheiro será usado para fornecer comida a famílias deslocadas dentro da Síria e também aos refugiados espalhados pelos países ao redor.
Hadi disse que o PMA tenta ajudar a economia local. A assistência não é feita só com alimentos, mas também com vales para compras.
Eles podem ser usados em regiões onde o comércio continua funcionando. Essa é uma forma de apoiar os refugiados e, também, as comunidades que os estão abrigando.
Reunião
O Conselho de Segurança debate, esta terça-feira, a situação dos refugiados, principalmente, em relação à Jordânia.
Em carta enviada pela missão do país na ONU, o representante alerta para a “grave situação humanitária na região devido a chegada de cada vez mais refugiados.” Calcula-se que aproximadamente 2 mil sírios atravessem as fronteiras diariamente.
O governo jordaniano acredita que a continuação dessa tendência pode ameaçar a segurança e a estabilidade do país e consequentemente, trará implicações para a paz e a segurança internacionais.