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Angolanos são os que mais pediram refúgio no Brasil BR

Angolanos são os que mais pediram refúgio no Brasil

Conare informou que triplicou o número de estrangeiros que solicitaram refúgio no país no ano passado; calcula-se que o índice deve aumentar 25% em 2013.

Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova York.

O Comitê Nacional para Refugiados, Conare, informou que o número de estrangeiros que pediram refúgio no Brasil quase triplicou entre 2010 e 2012.

O órgão, que é presidido pelo Ministério da Justiça brasileiro, disse que foram feitas 2,008 solicitações no ano passado contra 566 de 2010, representando uma alta de 254%.

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O anúncio foi feito em um evento em Brasília, que contou com a presença do presidente do Conare, Paulo Abrão, do representante do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados, Acnur, no Brasil, Andrés Ramirez, e do presidente da Comissão Argentina para Refugiados, Federico Augusti.

O Conare calcula que neste ano, o Brasil deve receber mais de 2,500 solicitações de refúgio, um número 25% maior do que em 2012.

Até março, o Brasil contabilizava 4,262 refugiados reconhecidos oficialmente, a maior parte deles, 1,080, angolanos, seguidos dos colombianos e congoleses.

Crises

Segundo as autoridades, os pedidos vieram de países com grandes crises humanitárias, novas ou relacionadas a conflitos antigos que continuam provocando deslocamentos, como por exemplo, Colômbia, República Democrática do Congo e Síria.

Ramirez disse que o Acnur reconhece como um avanço os esforços do Conare para aumentar a qualidade e a eficiência de seus trabalhos, e especialmente a sensibilidade que o Brasil tem demonstrado com as vítimas das principais crises humanitárias da atualidade.

Haiti

O fluxo de haitianos diminuiu após a resolução do governo brasileiro, de janeiro de 2012.

O documento diz respeito a uma solução humanitária para os haitianos que deixaram o país após o terremoto de 2010 e não se enquadram na definição de refugiados. Até o momento foram regularizados cerca de 9 mil haitianos.