Relatora diz que Rússia deve responder a preocupações sobre judiciário
Juíza brasileira, Gabriela Knaul, que encerrou uma visita oficial ao país, disse que recebeu relatos de “ameaças e interferência impróprias” feitas a funcionários da justiça russa.
Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.
A relatora especial sobre a independência de juízes e advogados afirmou, nesta quinta-feira, que a Rússia precisa responder a preocupações sobre a situação de pessoas que trabalham no Judiciário do país.
Em comunicado, a relatora de direitos humanos da ONU, Gabriela Knaul afirmou que a Rússia deve tomar “medidas específicas para garantir a independência da justiça, protegendo juízes de qualquer forma de influência sobre suas decisões.”
Pressão Política
A juíza brasileira realizou uma visita oficial à Rússia, onde se encontrou com representantes do governo e integrantes da sociedade civil.
Gabriela Knaul contou ter ouvido vários relatos de “ameaças diretas e indiretas além de interferências impróprias e pressões ao judiciário.”
Segundo ela, a indicação de magistrados pelo próprio presidente da república russa pode expor os juízes a uma pressão política indevida.
Para a relatora, a impressão que se tem é de que os juízes ainda trabalham na Rússia como se estivessem sob a influência do regime sovietico. Knaul contou ainda que os magistrados continuam mantendo laços estreitos com autoridades do executivo e promotores.
Em algumas regiões, advogados são atacados através de ameaças, perseguições e até mesmo assassinatos.
Para a relatora brasileira, a “impunidade sobre esses crimes leva muitos profissionais a abandonarem certos casos por medo de represália a eles e suas famílias.”