Na FAO, Angola apresenta plano de investimento em segurança alimentar
No encontro da agência, que decorre até sexta-feira, país fala de aposta na agricultura familiar; embaixador angolano na Itália fala de melhorias do acesso e implicações na produtividade e competitividade económica.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
Angola prevê atribuir 70% do valor do orçamento deste ano destinado à agricultura aos produtores familiares. O embaixador angolano na Itália, Florêncio Mariano da Conceição de Almeida, disse que a medida faz parte dos esforços para combater a fome no país.
As declarações foram feitas esta segunda-feira, em Roma, no Conselho da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO, que decorre, até sexta-feira.
Agricultura Familiar
“Dos fatores que contribuem para o desenvolvimento do setor agrário do país, e que foram já adotados pelo governo angolano, destacamos fundamentalmente a atribuição, para o ano de 2013, de 2% ao nível do Orçamento Geral do Estado para o setor da agricultura. Devo dizer que, estamos a falar de um universo global financeiro na ordem dos US$ 45 milhões a US$ 50 mil milhões. Destes, mais de 70% revertem a favor da agricultura familiar”, realçou.
Ao apresentar a experiência angolana no combate à fome, o embaixador referiu que o número de malnutridos no país baixou de 64% a 28% entre 2002 e 2012.
Vias de Acesso
Para o futuro, o representante defendeu a tendência de redução de custos de produção agrícola com o melhoramento das vias de escoamento.
“Estão a ser reabilitados, com sucesso, os caminhos-de-ferro de Luanda, de Benguela e de Moçâmedes as províncias que detém os portos marítimos do país. Foram construídas e reconstruídas cerca e 2 mil quilómetros de estradas asfaltadas. Com isso mais de 80% das capitais de província estão ligadas por estradas de alcatrão. A circulação das pessoas e bens torna-se assim mais fácil, mais eficiente, mais rápida e sobretudo mais segura. Com isso os custos de transação inerentes à atividade do país tenderão a baixar com implicações positivas nos níveis de produtividade e de competitividade da economia nacional,” disse.
Nutrição
Na abertura do evento, Angola foi uma das nações africanas que apresentou a sua experiência de combate à fome ao lado da Etiópia, do Malaui e do Níger.
A FAO também aborda o papel da União Africana e de outros parceiros com vista a promover uma melhor nutrição e segurança alimentar no continente.