No Conselho de Segurança, Ban destaca impacto de estupros em guerras

Secretário-Geral considera violência sexual em conflitos uma questão de  segurança internacional; enviou conselheiras sobre proteção à mulher para o Sudão do Sul entre medidas mais recentes das Nações Unidas.

Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova Iorque.*

Na abertura do debate especial que decorrer, esta quarta-feira, no Conselho de Segurança, o Secretário-Geral da ONU afirmou que estupros em tempos de guerra não destroem somente indivíduos, mas também famílias e comunidades inteiras.

Ban Ki-moon disse ainda que a violência sexual em conflitos é uma questão de  segurança internacional.  Segundo o representante, as quatro resoluções do Conselho de Segurança sobre o tema estão a ajudar a evitar e a encarar os crimes sexuais relacionadas a guerras e conflitos.

Ruanda

O tema foi levado ao órgão pela presidência rotativa do Ruanda, que marcou na semana passada, os 19 anos do genocídio que matou 800 mil pessoas no país africano.

A ONU também criou o cargo de representante especial contra violência sexual em conflitos. Os estupros e outros crimes sexuais são usados como tática de guerra em várias partes do mundo.

Apoios

Ban Ki-moon lembrou que dos Bálcãs à África, a violência tem efeitos negativos mesmo após o fim da guerra. Agências da ONU e outras entidades têm investido em apoios médico e psicológico às vítimas do tipo de crime.

Os ataques não ocorrem somente contra mulheres e meninas, homens e meninos também são alvejados. Uma das medidas mais recentes da ONU com vista a abordar o problema foi o envio de oito conselheiras sobre proteção à mulher para a Missão do Sudão do Sul.

A encerrar o pronunciamento, o chefe da ONU disse que a prevenção da violência sexual é responsabilidade dos países. Realçou que esta é partilhada com  forças de segurança, que, em vários casos de conflito, são também os autores deste tipo de violação.

*Apresentação: Eleutério Guevane.