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Indígena brasileiro recebeu prêmio da ONU por luta para salvar comunidade BR

Indígena brasileiro recebeu prêmio da ONU por luta para salvar comunidade

Almir Narayamoga Suruí disse que sua comunidade foi reduzida de 5 mil para 295; ele recebeu a condecoração pelo seu trabalho de proteção da floresta.

Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova York.

O líder ativista indígena brasileiro, Almir Narayamoga Suruí, recebeu, esta terça-feira, o prêmio Heroi da Floresta, no Fórum das Florestas da ONU que está sendo realizado em Istambul, na Turquia.

Almir Narayamoga foi o vencedor para a América Latina e o Caribe pelo trabalho que tem feito, por mais de 20 anos, em defesa de sua comunidade e da proteção da floresta amazônica.

Desenvolvimento

O líder indígena disse, na cerimônia, que atualmente é um desafio real proteger as florestas. Segundo ele, os grandes projetos de desenvolvimento na região amazônica trazem também consequências sociais e ambientais negativas.

Narayamoga afirmou que no Brasil, a tendência é equiparar desenvolvimento com o corte de árvores. O ativista explicou que é isso que tenta combater. Para ele, é possível ter desenvolvimento sem precisar derrubar árvores.

Extinção

Em Istambul, o líder indígena explicou a jornalistas que sua comunidade começou a sofrer extinção após o primeiro contato com não-indígenas, em 1968.

Ele disse que seu  povo foi reduzido de 5 mil para 292 pessoas. Quando se tornou líder do povo Suruí, ao 17 anos, começou a buscar soluções para os problemas.

Narayamoga afirmou que o diálogo é um instrumento importante, como também a consciência, o respeito e o valor da cultura e da floresta. Ele disse que a floresta tem que ser usada com responsabilidade, com respeito e com estratégia.

Projetos

O indígena brasileiro conseguiu negociar com o governo a construção de escolas e postos de saúde para o povo Surui. Com o Banco Mundial, Almir Narayamoga conquistou a reforma de um programa de desenvolvimento, para que grupos indígenas pudessem ser beneficiados.

Almir Narayamoga lembra que a preservação é importante porque as florestas trazem equilíbrio climático. O líder Surui conseguiu uma parceria com o Google Earth, para que os indígenas aprendessem a usar a tecnologia digital e assim, monitorar e mapear a floresta onde vivem.

O "Heroi da Floresta" também criou um plano de 50 anos, para a conservação em larga escala da Amazônia.