Em cerimónia solene, ONU marca aniversário do genocídio ruandês
Ministra nas Relações Exteriores do país pediu que países extraditem responsáveis ou levem à justiça nos seus próprios territórios; ato também foi marcado por testemunhos de sobreviventes.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
Uma cerimónia para marcar os 19 anos após o genocídio do Ruanda juntou dezenas de representantes da comunidade internacional, esta segunda-feira, na sede das Nações Unidas.
A cantora ruandesa Sabrina iYadede interpretou “Nas horas mais Obscuras”. A cerimónia foi presenciada por altos funcionários das Nações Unidas e a ministra nas Relações Exteriores e Cooperação do país, Louise Mushikiwabo.
A chefe da diplomacia ruandesa apelou a vários países que extraditem responsáveis ou que estes sejam levados à justiça nos próprios territórios.
Testemunhos
O ato também foi marcado por testemunhos de sobreviventes e outras manifestações culturais como o acender de velas e poesia.
Estima-se que mais de 800 mil pessoas perderam a vida, em 100 dias, no massacre levado a cabo por extremistas da etnia hutu contra tutsis e hutus moderados.
Falando no evento, o Secretário-Geral, Ban Ki-moon lembrou que a prevenção de genocídios é uma responsabilidade partilhada. Segundo referiu, os Estados devem respeitar as suas obrigações sob o Direito Internacional para prevenir abusos e proteger as populações.
Coragem
A nível coletivo, Ban pediu que se vá além das palavras e, efetivamente, sejam protegidas as pessoas em risco. A nível individual, pediu que seja levantada a voz quando tais atos são cometidos, cultivando a coragem de cuidar das vítimas aliada à determinação para ação.
O Secretário-Geral disse que tais desafios devem ser combinados com a determinação dos sobreviventes com vista a honrar verdadeiramente a memória dos mortos em Ruanda.
Machados
O presidente da Assembleia Geral, Vuk Jeremic saudou os hutus e tutsis por continuarem comprometidos em garantir que “a vingança é verdadeiramente abandonada, e que machados e armas sejam depostos de uma vez por todas.”
O representante também destacou conquistas recentes do Ruanda, como a visão das comunidades em viver lado a lado, impulsionada pela dedicação à “preservação das gerações vindouras do flagelo da guerra”.