Perspectiva Global Reportagens Humanas

FMI diz que está aberto caminho da retoma de relações com a Somália

FMI diz que está aberto caminho da retoma de relações com a Somália

Órgão vai conceder assistência técnica e assessoria política após reconher Governo Federal; país não pode receber financiamentos devido a contribuições em atraso no valor de US$ 352 milhões.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

O Fundo Monetário Internacional, FMI, declarou estar aberto o caminho para a retomada das relações com a Somália, após terem sido interrompidas por 22 anos.

A medida segue-se ao reconhecimento do Governo Federal somali, liderado pelo presidente Sheikh Hassan Mohamud. Uma nota emitida pelo órgão, em Washington, refere que o FMI deverá oferecer assistência técnica e assessoria política ao país africano.

Novo Governo

A Somália está num  processo de consolidação institucional após ter ficado sem governo funcional na sequência do derrube do presidente Ahmed Siad Barre, em 1991, um ano após o início da guerra civil. O novo Governo Federal assumiu o poder em setembro do ano passado.

O FMI defende que decisão é consistente com amplo apoio internacional e o reconhecimento das novas autoridades com “apoio considerável das Nações Unidas, a União Africana, a União Europeia, a Organização de Cooperação Islâmica,” e vários países-membros do órgão.

Contribuições

A Somália afiliou-se ao FMI em agosto de 1962, mas após o início do conflito as relações com o Fundo foram cortadas porque “não havia nenhum governo com o qual poderia lidar.”

De acordo com o FMI, o país ainda não é elegível para contrair financiamentos devido às suas contribuições em atraso, orçadas em cerca de US$ 352 milhões.

Apoios

Nesta quinta-feira, a ONU disse que a situação de segurança na Somália registou o que considerou “melhorias tremendas” com as novas autoridades, após anos de controlo de várias áreas pelas milícias rebeldes.

O representante especial do Secretário-Geral no país, Augustine Mahiga, anunciou um encontro sobre o reforço da segurança na Somália, a 7 de Maio, em Londres, para o qual pediu forte apoio dos Estados.