Mais de 50 mil pessoas fugiram de Darfur para o Chade numa semana

Acnur consideram que fluxo foi o maior devido a conflitos tribais em nove anos; mais de 74 mil civis cruzaram a fronteira para o país vizinho em dois meses.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova Iorque.*

Cerca de 50 mil pessoas deixaram a região sudanesa de Darfur para o vizinho Chade devido a conflitos tribais na última semana, anunciou o Alto Comissariado da ONU para Refugiados, Acnur.

De acordo com a agência, durante os últimos dois meses o fluxo já levou à fuga de mais de 74 mil civis para o Chade. O Acnur destaca que o movimento registado dos últimos sete dias é o maior desde 2005.

Violência

A travessia dos civis é feita a pé, em burros ou em carroças e as pessoas chegam exaustas, traumatizadas e visivelmente perturbadas com a violência que presenciaram. O Acnur diz ainda qie os civis fogem dos confrontos que ocorrem na cidade de Um Dukhun, a oeste de Darfur.

A maioria dos refugiados é composta por mulheres e crianças que viram as casas serem destruídas e vilarejos incendiados. A agência também cita relatos de pessoas que assistiram o assassinato de parentes.

Acesso

O Acnur refere que os recém-chegados à cidade de Tissi não encontram água nem comida e dormem em cima de árvores. As informações incluem a a chegada de pessoas que foram vítimas de baleamento à áres que não dispõe de um centro de saúde por ser remota e de difícil acesso.

O escritório do Acnur mais próximo fica a 230 km. A agência já enviou equipas para a fronteira entre o Sudão e o Chade, que prestam assistência aos civis.

Alimentos

Cobertores, alimentos e medicamentos também são enviados para o local, afirma o Acnur. As autoridades locais forneceram 100 toneladas de alimentos, que a agência da ONU transportou para Tissi.

A preocupação do Acnur prende-se com um possível aumento no número de deslocados, com a continuação dos confrontos.

*Apresentação: Eleutério Guevane.