Cinco boinas azuis da ONU são mortos no Sudão do Sul

Emboscada matou também sete civis no estado de Jonglei e deixou outras pessoas feridas; Unmiss condena o incidente e afirma que irá continuar seus trabalhos.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York.

Cinco boinas azuis das Nações Unidas foram assassinados nesta terça-feira durante uma emboscada no Sudão do Sul. O Secretário-Geral da ONU está “horrorizado” com o ataque que matou os soldados de paz indianos.

Ban Ki-moon pede ao governo sul-sudanês que leve os responsáveis à justiça e lembra que assassinar boinas azuis "constitui crime de guerra, de acordo com a jurisdição do Tribunal Penal Internacional".

Os soldados de paz eram integrantes da Missão da ONU no Sudão do Sul, Unmiss. Outros sete civis que trabalhavam com a missão também foram mortos.

Proteção

Falando à Rádio ONU, de Juba, a porta-voz da Unmiss, Ariane Quentin, destaca que os autores do incidente não foram identificados.

Segundo a porta-voz, a emboscada ocorreu perto do acampamento de Gumuruk, no estado de Jonglei. Pelo menos nove boinas azuis e outros civis ficaram feridos.

O Secretário-Geral também enviou condolências às famílias dos soldados de paz da ONU, colegas e civis mortos no ataque. A Unmiss ressaltou que o incidente “não irá deter a missão de paz e seus integrantes de trabalharem pela proteção de comunidades vulneráveis no Sudão do Sul.”

Pastores Rurais

Em nota, a Unmiss garante que patrulha frequentemente a área do ataque, com o objetivo de proteger os civis, além de fazer a escolta armada de comboios de ajuda humanitária. A missão afirma estar determinada em continuar seu trabalho de apoio às autoridades para garantir a paz.

A violência no Sudão do Sul também preocupa o Escritório da Alta Comissária de Direitos Humanos da ONU. Uma investigação da Unmiss mostra que pelo menos 85 pessoas foram assassinadas em Jonglei em fevereiro.

Homens armados atacaram um grupo de pastores de ovelhas e a maioria dos mortos eram mulheres e crianças.