ONU aborda papel de jovens na violência intercomunitária no Sudão do Sul

Falando à imprensa, em Juba, representante do Secretário-Geral no país pediu ação imediata para evitar repetição de ataques; relatos apontam para contínuo envolvimento de jovens armados.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

A representante do Secretário-Geral no Sudão do Sul alertou, esta segunda-feira, para o ciclo de violência no estado de Jonglei.

A onda é agravada com relatos de ataques contínuos com o envolvimento de jovens armados, disse Hilde Johnson numa conferência de imprensa, realizada na capital sul-sudanesa, Juba.

Novos Ataques

A representante referiu-se igualmente a alegações de mobilização de jovens armados para ações retaliatórias como parte da violência intercomunitária.

Johnson pediu aos locais que possam agir imediatamente para evitar novos ataques, após incidentes que há um mês culminaram com a morte de pelo menos 85 pessoas em Wangar, na província de Akobo, a oeste.

Mais Mortes

Grande parte dos que perderam a vida eram mulheres e crianças da comunidade Lou Nuer, no incidente armado alegadamente levado a cabo pelos Murle.

Estima-se que outras 34 pessoas tenham desaparecido no ataque, considerado o mais sangrento desde o início da tendência de aumento da violência intercomunitária nos últimos meses.

Ciclo

A representante apontou o grave risco da escalada do ciclo de violência, advertindo que este deverá desencadear mais ataques e mortes.

Na semana passada, a Missão da ONU nu Sudão do Sul, Unmiss pediu que os autores do ataque sejam responsabilizados. O relatório da missão instou o Governo a investigar todos os grandes ataques e levar os agressores à justiça.

Neste fim de semana o Sudão do Sul reiniciou a produção de petróleo. A representante felicitou o feito e o acordo sobre a abertura das fronteiras com o Sudão e disse esperar que a transferência de petróleo ocorre a partir do próximo.