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Sete em cada 10 pessoas passam fome nas zonas rurais, diz FAO

Sete em cada 10 pessoas passam fome nas zonas rurais, diz FAO

Agência pede esforço conjunto dos países para eliminar dependência alimentar, que afeta 500 milhões de famílias rurais de pequenos agricultores; Em Madrid, reunião de alto nível debateu agenda da ONU pós-2015.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

O diretor executivo da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO, disse que a guerra contra a insegurança alimentar está longe do fim, com os atuais 870 milhões de pessoas a passar fome.

José Graziano da Silva falava, esta quinta-feira, na capital da Espanha, Madrid. O local acolhe uma reunião de alto nível sobre a agenda das Nações Unidas que deve ser implementada depois do ano 2015, que marca o fim  prazo de cumprimento das Metas de Desenvolvimento do Milénio, ODM.

Economia

O representante alertou que apesar da responsabilidade dos governos nacionais para garantir que seus cidadãos sejam alimentados, a economia globalizada implica que nenhum país tenha de agir isoladamente.

Graziano pediu investimentos públicos e privados significativos nas áreas rurais, onde mais de 70% de habitantes passam fome e outros milhões dependem da agricultura para garantir a alimentação e postos de emprego.

Ajuda Alimentar

De acordo com a FAO, mais de 500 milhões de famílias rurais de pequenos agricultores são dependentes de ajuda alimentar.

A agência destaca que medidas de apenas um país ou empresa podem afetar a segurança alimentar de outros. Por outro lado, apontou os conflitos como potenciais causadores da instabilidade em nações e regiões.

Mercados

Para o representante, pelo facto de os impactos sobre os recursos ambientais e naturais não se limitarem aos países, é impossível regular os mercados e as atividades a nível nacional.

O Comité Mundial de Segurança Alimentar e a Força Tarefa de Alto Nível sobre Segurança Alimentar Global foram apontados como exemplos de esforços multilaterais que contribuem para a atuação de países com vista a reduzir a fome e a tornar o desenvolvimento mais sustentável.