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Secretário-Geral propõe missão de estabilização para o Mali

Secretário-Geral propõe missão de estabilização para o Mali

Relatório diz que proposta seria acompanhada de uma força paralela com ações desenvolvidas  em cooperação ou independentemente do exército; Cedeao pede que sejam integrados 11,2 mil homens na missão.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

O Secretário-Geral da ONU sugeriu, esta quarta-feira, a formação de uma força paralela que deve levar a cabo “combates e operações contra o terrorismo no Mali.”

Num relatório ao Conselho de Segurança, Ban Ki-moon defende que o grupo operaria paralelamente a uma missão da ONU para a estabilizar o país da África Ocidental. Trata-se de uma opção alternativa a do reforço da Força Integrada de Apoio ao Mali Liderada pelos Africanos, Afisma, aprovada em Dezembro.

Cooperação

O documento foi apresentado no órgão pelo subsecretário-geral para os Assuntos Políticos, Jeffrey Feltman. Ele destacou que as ações da força paralela seriam realizadas em cooperação ou independentemente do exército.

Feltman disse que a força operaria sob sólidas regras de combate,  autorizada a usar “todos os meios necessários para enfrentar as ameaças à implementação do seu mandato.”

Cedeao

No evento, a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental, Cedeao, pediu uma força de 11,2 mil homens “com um mandato robusto juntamente à força paralela que pudesse dissuadir terroristas e insurgentes.”

O relatório ressalta a continuação de uma situação volátil com a operação de rebeldes e de grupos criminosos, que “representam uma ameaça significativa para a segurança dos civis e do pessoal da ONU no Mali.”

Processo Gradual

Ban refere que as duas opções podem ser vistas como fases do processo gradual de transição.

Para o representante, a ONU vive um novo contexto geopolítico e enfrenta ameaças que não tinham sido identificadas anteriormente, num contexto de manutenção da paz.

Funções

O relatório indica que será importante distinguir as funções essenciais de manutenção da paz, da missão de estabilização da ONU e da atividade da força paralela com vista a impor a paz e a combater o terrorismo.

Ban pediu que o apoio ao Mali seja levado a cabo dentro de uma estratégia regional mais ampla, que inclua as nações vizinhas e outros parceiros-chave.

O chefe da ONU elogiou a intenção do Governo de transição de realizar eleições a 31 de julho deste ano. Como referiu, a medida anunciada pelo presidente interino, Diacounda Traoré, é fundamental para a restauração da ordem constitucional no Mali.

Confrontos entre rebeldes islamitas e tropas do governo, iniciados em Janeiro do ano passado, ditaram a fuga de mais de 170 mil pessoas para os países vizinhos.

*Apresentação: Denise Costa