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Mais de 2 milhões de crianças afetadas pela crise na República Centro-Africana

Mais de 2 milhões de crianças afetadas pela crise na República Centro-Africana

Unicef pede que coligação Seleka abserve princípios humanitários e dos direitos humanos uma semana após ter tomado o poder; agências noticiosas dizem que governo interino foi anunciado pelo líder rebelde autoproclamado presidente.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

Cerca de 2 milhões de crianças foram diretamente afetadas pela crise na República Centro-Africana, estima o Fundo da ONU para a Infância, Unicef.

Em comunicado, a agência disse que o momento é para que seja demonstrado o compromisso da coligação Seleka com os princípios humanitários e dos direitos humanos para os cidadãos do país.

Comunidade Internacional

O grupo tomou o poder à força há uma semana, numa ação condenada pela comunidade internacional, incluindo as Nações Unidas.

De acordo com agências noticiosas, neste fim de semana, o líder rebelde que se autoproclamou presidente do país, Michel Djotodia, anunciou a criação de um governo interino.

Eleições

De acordo com os relatos das agências, Djotodia teria afirmado que governaria o país até a realização de eleições, em 2016. O anúncio ocorreu uma semana após o derrube do presidente François Bozizé, que fugiu do país.

A invasão da capital, Bangui, seguiu-se ao fracasso de um acordo de partilha de poder, assinado em Janeiro na capital gabonesa, Libreville.

Emergência

O Unicef refere que a operação deu lugar a saques generalizados, que só na semana passada fizeram desaparecer 10 toneladas de suprimentos de emergência do armazém principal da agência.

O lote seria distribuído para 30 mil pessoas vulneráveis, especialmente crianças e mulheres, nas próximas semanas. Os suprimentos incluem kits de água, cobertores, mosquiteiros, lençóis de plástico, medicamentos essenciais e artigos de nutrição.

Novo Governo

O representante do Unicef no país, Souleymane Diabate, disse que as necessidades e os direitos da criança devem ser priorizados pelo novo governo.

A agência considera fundamental que seja autorizada a operação de entidades humanitárias num ambiente seguro, e com acesso a toda a população. O Unicef destacou também o aumento do risco de doenças e de epidemias após a instabilidade.