Ban decepcionado com fracasso na conferência sobre tratado de armas
Em nota, emitida pelo porta-voz, Secretário-Geral disse que países estavam muito perto de um acordo com regras globais sobre compra e vendas de armamentos.
Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.
O chefe das Nações Unidas declarou que está “profundamente decepcionado” com o fracasso na produção de um acordo para regular o mercado de armas no mundo.
Em nota, Ban Ki-moon disse que o Tratado sobre o Comércio de Armas estava muito perto de ser alcançado, na tarde desta sexta-feira, último dia da Conferência da ONU sobre o tema, em Nova York.
Negociações
Ban elogiou o que chamou de “espírito incansável dos países-membros” e do embaixador Peter Woolcott que presidiu as negociações na sede da ONU.
O objetivo do tratado era evitar que armas letais chegassem às mãos de facções guerrilheiras, terroristas, piratas e criminosos.
Ban também saudou o trabalho das organizações civis para que um acordo fosse produzido. Para ele, o esboço do tratado era equilibrado e pronto para estabelecer padrões para regular o mercado internacional de armas convencionais.
Segundo agências de notícias, antes da votação do acordo, Irã, Coreia do Norte e Síria se pronunciaram contra o texto, apontando incongruências na redação do rascunho do documento. Estima-se que o mercado de armas esteja na ordem de US$ 70 bilhões, equivalentes a R$ 140 bilhões.
O tema da produção do primeiro tratado sobre o comércio de armas vem sendo discutido há vários anos pelos países-membros da ONU na conferência de mesmo nome. As reuniões sempre terminaram sem consenso, mas segundo analistas, este ano, havia uma chance real de ter aprovado o primeiro acordo do mundo sobre o assunto.
As Nações Unidas afirmaram que a aprovação do tratado ajudaria também nos esforços para o desarmamento e de combate à proliferação global.
Ban finalizou dizendo acreditar que o tema continuará sendo explorado como forma de produzir um acordo final, e que será aprovado o mais rápido possível.