FAO revela impacto de redes mosquiteiras na saúde e produção pecuária
Agência aponta aumento em até o triplo da produção leiteira no Quénia; celebrada redução significativa de doenças devido à mosca tsé-tsé, aos carrapatos ou mordidas de insetos nocivos.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
A Organização da ONU para Agricultura e Alimentação, FAO, mencionou uma série de benefícios do uso de redes mosquiteiras impregnadas com inseticida para proteger o gado.
Em comunicado, a agência destaca o aumento, em até o triplo, da produção de leite em propriedades no Quénia após a aplicação de redes para proteger abrigos de animais e contentores de resíduos.
Doenças
Um projeto implementado em Kisii, situado nas terras altas do oeste, resultou na diminuição de casos de doenças transmitidas por mosquitos em humanos.
A iniciativa, implementada pela FAO, teve impacto em infeções causadas pela mosca tsé-tsé, pelos carrapatos e pela mordida de outros insetos nocivos.
Doença do Sono
A mosca tsé-tsé transmite a tripanossomíase, que causa a morte de 3 milhões de cabeças de gado bovino. Na África Subsaariana, os prejuízos económicos são orçados em mais de US $ 4,5 mil milhões por ano.
Quando transmitida aos seres humanos, a enfermidade é mais conhecida como “doença do sono”, e pode ser fatal quando não tratada. Cerca de 30 mil pessoas são contaminadas anualmente no continente.
Vetores
A agência destaca a segurança ambiental das redes e aponta a redução em 90% do número de moscas, mosquitos e de outras doenças de transmissão por insetos vetores. O projeto é parte de uma estratégia mais ampla para melhorar a saúde animal nas áreas mais afetadas por doenças tropicais.
Malária
A falta de higiene durante a ordenha foi reduzida pela metade em propriedades leiteiras de pequenos agricultores, graças a medidas básicas de higiene com vista a reduzir as doenças nas suas vacas.
Como reflexo do uso das redes mosquiteiras, a FAO aponta que agricultores mencionaram uma redução de 40% dos casos de malária nas famílias. Os quenianos dizem sofrer frequentemente da doença, mesmo desconhecendo as verdadeiras causas, observa a agência.