TPI saúda transferência de líder rebelde congolês de Kigali para Haia
Agências noticiosas dizem que, Bosco Ntaganda, do M23, seguiu do Ruanda para Haia; promotora-chefe realça importância da medida para vítimas na República Democrática do Congo e para a justiça internacional.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
A promotora-chefe do Tribunal Penal Internacional, TPI, saudou esta sexta-feira a transferência do líder rebelde congolês, Bosco Ntaganda, para a sede do órgão, em Haia.
Em nota, Fatou Bensouda refere tratar-se de um “bom dia para as vítimas na República Democrática do Congo, RD Congo, e para a justiça internacional.”
Embaixada
O pronunciamento foi feito no dia em que agências noticiosas referiram que o líder rebelde congolês teria partido do Ruanda para a cidade holandesa, sob custódia do TPI. Nesta segunda-feira, Ntanganda entregou-se à embaixada dos EUA em Kigali.
O acusado é tido por figura-chave do conflito no leste da RD Congo, como líder do grupo M23, composto por dissidentes do exército que se amotinaram em abril de 2012.
Acusações
Em 2006, o suspeito foi indiciado pelo TPI por 10 acusações de crimes de guerra e crimes contra a humanidade incluindo o recrutamento e uso de crianças-soldado durante o conflito congolês, ocorrido entre 2002 e 2003. Ntanganda rejeita as acusações.
Bensouda refere que os que alegam ter sofrido durante muito tempo nas mãos de Bosco Ntaganda podem agora olhar para o futuro com a perspetiva de que a justiça seguirá o seu curso.
Transferência
A promotora reconheceu o apoio das “autoridades dos Estados Unidos, do Ruanda e da Holanda por terem facilitado a transferência e pela contínua cooperação da RD Congo.”
A representante referiu, entretanto, que, vários alvos dos mandados da região continuam foragidos.
Bensouda pediu cooperação dos países para prender Sylvestre Mudacumura, integrante das Forças Democráticas para a Libertação do Ruanda, acusado de crimes alegadamente cometidos na RD Congo e em outros países.