Estudo aponta impunidade e violência contínua em Territórios Palestinianos
Alta comissária para Direitos Humanos responsabilizou Israel e grupos armados palestinianos pelas ações; pesquisa de grupo internacional apela para o fim imediato da construção de assentamentos.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
No mais recente informe periódico sobre a situação nos Territórios Palestianos, a alta comissária da ONU para Direitos Humanos disse haver contínuas violações de grupos armados locais e a impunidade da violência por Israel.
Navi Pillay declarou, esta segunda-feira, no Conselho de Direitos Humanos que quatro das mortes ocorreram durante manifestações realizadas em Novembro.
A representante destaca que sete palestinianos morreram e mais de mil ficaram feridos durante o período analisado pelo documento.
Propriedades
Pillay também se referiu a ataques indiscriminados contra alvos civis e o lançamento de foguetes a partir de áreas povoadas no lado palestiniano. Navi Pillay criticou a alegada execução sumária de sete colaboradores de grupos armados.
O informe destaca o registo de 383 atos de violência do lado israelita, que fizeram 169 feridos, além da destruição de propriedades como igrejas e mesquitas.
Prisões
Na Cisjordânia, foi manifestada preocupação com prisões arbitrárias e os maus tratos a detidos, tendo sido destacada a necessidade da salvaguarda de liberdades de expressão, associação e reunião. Pillay acolheu a renúncia da prática de exclusão ou a retirada de pessoas empregos com base em exames de segurança.
A representante pediu que Israel proteja os palestinianos da violência e que responsabilize os autores das violações, referindo que 9% dos casos acabaram em processos judiciais entre 2005 e 2011.
Gaza
A Israel, foi pedido que permita o acesso a áreas marítimas e agrícolas de Gaza no âmbito do acordo de 21 de Novembro.
Ela abordou ainda a detenção arbitrária de palestinianos, as violações ligadas a assentamentos e a impunidade. Pillay destacou que deve ser garantido que haja justiça para todas as vítimas, de forma indiscriminada.
Inquérito Internacional
O Conselho debateu, ainda os resultados de uma missão de inquérito internacional independente que investigou as implicações dos assentamentos israelitas em Territórios Palestinos.
No diálogo interativo foi igualmente apresentada a situação dos direitos civis, políticos, económicos, sociais e culturais em Jerusalém Oriental.
Assentamentos
A presidente do grupo, Christine Chanet, considerou a construção de assentamentos por Israel como “uma forma de anexação crescente e progressiva que compromete o direito à autodeterminação dos povos dos Territórios Palestianos.”
A representante pediu o fim imediato do processo e o início da retirada dos assentamentos, para garantir uma remediação eficaz.