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ONU revela preocupação com civis na República Centro-Africana

ONU revela preocupação com civis na República Centro-Africana

Conflitos voltam a ocorrer no sudeste do país e comprometem acesso a refugiados e deslocados internos; Acnur precisou realocar funcionários para a capital.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova Iorque.*

O Alto Comissariado da ONU para Refugiados, Acnur, alertou para o impacto de novos confrontos na República Centro-Africana aos civis no sudeste do país.

Os confrontos também comprometem o acesso da agência aos refugiados e deslocados internos. O Acnur disse estar “cada vez mais preocupado com a situação”, segundo a porta-voz da agência, Fatoumata Lejeune-Kaba.

Riscos Humanitários

Uma aliança de grupos rebeldes conhecida como “Séléka”,  avança para o leste do país pela cidade de Zemio, onde 3,3 mil pessoas encontraram refúgio.

Na quinta-feira, o grupo tomou a cidade de Bangassou, ponto importante de paragem para trabalhadores humanitários. O risco à segurança forçou o Acnur a transferir temporariamente alguns funcionários para a capital Bangui.

A agência da ONU garante que os serviços para os refugiados não foram reduzidos.

Medo e Insegurança

Desde dezembro, conflitos entre forças Séléka e o exército da República Centro Africana restringiram seriamente o acesso a 5,3 mil refugiados e mais de 175 mil deslocados.

Estima-se que 29 mil civis tenham fugido para a República Democrática do Congo e outros 5 mil para o Chade. A maioria dos deslocados afirmaram ao Acnur que vivem com medo e insegurança.

Além disso, 99% das crianças que iam à escola antes da crise deixaram de frequentar as aulas. Para a porta-voz do Acnur, é ainda mais preocupante a crença de que uma a cada cinco crianças fora da escola tenha sido recrutada de forma forçada por grupos armados.

Futuro

Na semana passada, a representante especial do Secretário-Geral na República Centro-Africana advertiu que sem uma resposta forte da comunidade internacional, “não há futuro para o país”.

As forças Séléka e as autoridades nacionais assinaram um acordo de cessar-fogo a 11 de janeiro, mas os rebeldes alegam que o Governo estaria a falhar com o compromisso.

*Apresentação: Eleutério Guevane.