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Mundo testemunha "tragédia humanitária" na Síria, diz chefe do Acnur BR

Mundo testemunha "tragédia humanitária" na Síria, diz chefe do Acnur

António Guterres afirma que o impacto da crise na região é sem precedentes; faltam US$ 700 milhões para cobrir as necessidades básicas dos refugiados.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York. 

O alto comissário da ONU para Refugiados pediu mais uma vez, nesta sexta-feira, que os governos criem fundos especiais para apoiar os sírios que estão vivendo em nações vizinhas.

Em Beirute, Líbano, António Guterres destacou que o impacto do conflito na região é “sem precedentes nas décadas recentes”. A crise no país árabe entra no seu terceiro ano, e já fez cerca de 70 mil mortos segundo as Nações Unidas.

Ameaça

Guterres destacou que o mundo está “testemunhando não apenas uma tragédia humanitária, mas uma ameaça à paz internacional”. Ele alertou para o risco de uma “explosão no Oriente Médio se a guerra não tiver um fim”.

Segundo o alto comissário, faltam US$ 700 milhões, ou mais de R$ 1,3 bilhão, para fornecer ajuda aos refugiados sírios, como acomodação adequada.

Falta de Saneamento

O Acnur e parceiros estão cobrindo 85% dos custos de atendimento de saúde dos refugiados, mas sem verba adicional, podem aumentar os casos de diarreia, hepatite A e sarna.

A Organização Mundial da Saúde, destaca que antes da crise, a Síria tinha um bom sistema de saúde, mas atualmente, faltam médicos e muitos hospitais foram destruídos. A afirmação, feita em Genebra, é do porta-voz da OMS, Tarik Jasarevic.

Remédios 

Tarik explicou que um grande hospital em Lattaki recebe um novo paciente em estado de emergência a cada 32 segundos. Já um dos principais hospitais de Damasco atende 20 vezes mais pacientes do que antes do conflito.

Faltam ainda medicamentos importantes, como anestesias, antibióticos, e fluidos intravenosos. A produção local de remédios caiu em 90%.

Até o momento, a OMS recebeu apenas 12% do montante solicitado, US$ 48,5 milhões, para poder ajudar os sírios entre janeiro e junho.