Perspectiva Global Reportagens Humanas

OMS: 1,24 milhão de pessoas morreram em acidentes nas estradas em 2010 BR

OMS: 1,24 milhão de pessoas morreram em acidentes nas estradas em 2010

Relatório mostrou que apenas 28% dos países têm leis que lidam com os principais fatores de risco; autoridades afirmam que solução está na implementação de legislações mais rigorosas.

Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova York.

O relatório da Organização Mundial da Saúde, divulgado, esta quinta-feira, mostrou que 1,24 milhão de pessoas morreram em acidentes de trânsito no mundo inteiro, em 2010.

O documento, cujo título é “Relatório do Estado Global sobre a Segurança nas Estradas 2013”, revelou que os resultados foram mistos nos 175 países pesquisados. As fatalidades diminuíram em 88 e aumentaram em 87 nações.

Leis

A OMS informou que apenas 28 países, que representam 7% da população mundial, têm leis compreensivas de segurança nas estradas, abordando os cinco principais fatores de risco.

Segundo o relatório, esses fatores são: dirigir embriagado, alta velocidade, não usar cinto de segurança ou a cadeirinha para crianças e por último, andar de motocicleta sem capacete.

Brasil

A assessora da Organização Pan-Americana da Saúde para segurança no trânsito, Eugênia Maria Rodrigues, falou, em entrevista à Rádio ONU, de Washington, sobre os dados do Brasil.

“Os dados disponíveis para esse relatório que o Brasil nos forneceu foram de 2009. O Brasil nos informou 37,594 mortes. Fazendo o cálculo da taxa por 100 mil habitantes, nós temos um número próximo de 20 mortes por 100 mil habitantes no Brasil. A taxa média nas Américas é de 16,1 por 100 mil, quer dizer, o Brasil está acima da taxa das Américas”.

Mortes

O documento mostrou que 59% das pessoas mortas em acidentes de trânsito tem entre 15 e 44 anos, a grande maioria homens. Os pedestres e ciclistas correspondem a 27% das fatalidades, mas em alguns países esse índice chega a 75%.

O risco de morrer num acidente nas ruas e estradas é maior na África, 24,1 mortes por cada 100 mil habitantes. O menor risco foi registrado na Europa, com 10,3 para cada 100 mil habitantes.

Resposta

O diretor do departamento da OMS responsável pela pesquisa, Etienne Krug, falou à Rádio ONU, de Genebra, sobre o que os governos devem fazer para combater o problema.

“A resposta tem que ser (uma) legislação adequada, nos fatores de risco, como dirigir alcoolizado, velocidade, cinto de segurança e uso capacete. E também deve se atacar a qualidade da infraestrutura rodoviária e dos veículos.”

Mas Krug ressaltou a importância de legislações como a Lei Seca brasileira, que serve de exemplo para muitos países.

“A Lei Seca foi muito importante, foi um passo grande na boa direção. Precisamos continuar com a implementação da Lei Seca e trabalhar também na velocidade, nos cintos de segurança e nos capacetes. Acho que a Lei Seca é muito boa e é até um dos exemplos que damos aos outros países para seguir. Mas é preciso continuar os esforços. Ter uma lei é uma coisa, implementar a lei para que não haja mais pessoas embriagadas dirigindo é outra coisa.”

Implementação

E a implementação da lei é um problema até mesmo nos países mais avançados, que têm o menor índice de mortes. Segundo a OMS, a aplicação das legislações são inadequadas na maioria das nações.

Segundo o relatório, dos maiores fatores de risco, a obrigação do uso do cinto de segurança é o que tem mais força. Cerca de 111 países têm uma lei específica sobre o assunto.

Logo atrás, aparece a exigência do uso da cadeirinha de segurança para as crianças e o uso de capacetes para os motoqueiros. Em último lugar ficou o controle do limite da velocidade.