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ONU aprova presença da missão na Líbia por mais um ano

ONU aprova presença da missão na Líbia por mais um ano

Órgão decidiu aliviar embargo de armas contra o país  com vista à aquisição de materiais para a polícia e as forças de defesa e segurança; resolução 2095/2013 foi votada por unanimidade.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

O Conselho de Segurança aprovou, esta quinta-feira, a extensão do mandato da Missão das Nações Unidas na Líbia, Unsmil, por um ano. A decisão consta da resolução 2095/2013 votada por unanimidade pelos 15 países-membros do órgão.

O embaixador da Rússia junto da ONU disse que a medida prevê o alívio do embargo de armas para o país com vista a permitir equipar a “polícia e as forças de defesa e segurança.” O país assume a presidência rotativa do Conselho.

Progressos

Vitaly Churkin disse o material está restrito a carros blindados e  pequenos equipamentos de proteção, e não abrange o embargo no que se refere ao material militar e letal.

Segundo o representante, a extensão do mandato deve permitir reconstruir as instituições do país, após 42 anos de “governação deficiente”. O diplomata realçou que a Líbia está a registar progressos mas apontou a questão de segurança.

Manifestações

No Conselho, o chefe da Unsmil, Tarek Mitri,  mencionou a continuação de ataques contra vários cidadãos na Líbia. No seu pronunciamento, o também representante do Secretário-Geral no país deplorou a morte de cidadãos, incluindo membros do Congresso, jornalistas e religiosos locais.

Mitri lançou um pedido às autoridades, com vista a conter violência no país, que em meados de fevereiro comemorou o segundo aniversário da revolução desencadeada por manifestações do movimento conhecido como Primavera Árabe. Os protestos culminaram com o derrube do antigo líder líbio, Muammar Kadafi.

A missão realçou medidas tomadas pelo governo com vista a acelerar a transferência de detidos e para postos de detenção, mas revelou preocupação com a situação de saúde de reclusos em áreas circunvizinhas da capital e zonas rurais.

Raptos

Um apelo foi, igualmente lançado com vista a que sejam confrontadas brigadas ilegais que levam a cabo raptos.

O primeiro-ministro do país, Ali Zeidan,  destacou o treino de uma força de inteligência, militares e polícias com vista a assumir a segurança em áreas situadas no exterior das cidades.

Instabilidade

No relatório do Secretário-Geral, publicado em fevereiro, são destacados crescentes receios de um potencial fluxo de rebeldes e de outros grupos que fogem do Mali para a Líbia. De acordo com Ban, os movimentos tornariam “a já frágil situação política e de segurança muito mais instável.”

As preocupações são agravadas pela “insatisfação da população do sul em torno do que defendem ser ação insuficiente das autoridades centrais para atender as demandas de serviços aos pobres, segurança, criminalidade transfronteiriça e migração ilegal.