Relatores da ONU condenam execução de sete árabes
Grupo foi acusado de assaltar lojas de joias; ato ocorreu um dia após pedido de suspensão das execuções por alegadamente não terem sido realizados julgamentos justos.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
O fuzilamento de sete homens ocorrido, nesta quarta-feira, na Arábia Saudita, foi condenado por especialistas independentes das Nações Unidas.
Os executados foram acusados de organizar um grupo criminoso que realizou assaltos à mão armada, invadiu e danificou lojas de joias em 2005. A condenação à morte foi pronunciada em 2009.
Indignação
Vários apelos para a não realização das sentenças foram lançados antes da reação do relator especial sobre execuções extrajudiciais, sumárias ou arbitrárias, Christof Heyns, e o relator especial sobre tortura, Juan Méndez.
Os especialistas em direitos humanos expressaram a sua indignação juntamente com entidades da sociedade civil. Heyns reiterou que qualquer sentença de morte é ilegal por violar as “obrigações internacionais dos Estados e equivaler a uma execução arbitrária.”
Confissões
Por seu turno, Juan Méndez, disse estar profundamente preocupado com alegações de que os sete teriam sido sujeitos a torturas e maus-tratos na prisão, além de que teriam sido obrigados a assinar confissões.
Para o relator, a medida viola as obrigações internacionais da Arábia Saudita sob o Direito Internacional, que impõe a proibição absoluta da tortura, além de infringir “obrigações internacionais do Governo no âmbito da Convenção contra a Tortura.”
Heyns integrou o grupo de vários especialistas da ONU que lançaram um pedido às autoridades sauditas no sentido de suspender as execuções, alegadamente por não terem sido submetidos a julgamentos justos.