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ONU: metade dos idiomas falados atualmente vai desaparecer até 2100 BR

ONU: metade dos idiomas falados atualmente vai desaparecer até 2100

Especialista independente da ONU pediu aos governos que protejam herança linguística de minorias; principais ameaças são assimilação, conflitos e deslocamentos forçados.

Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova York.

A especialista independente de Direitos Humanos da ONU para assuntos de minorias, Rita Izsák, alertou que dos 6 mil idiomas falados hoje no mundo, metade vai desaparecer até o final do século 21.

Izsák pediu aos governos que adotem medidas urgentes para proteger tanto as comunidades de minorias como sua herança linguística.

Ameaças

A especialista afirmou que muitos grupos estão numa posição vulnerável por fatores que vão além de seu controle.

Ela cita que as principais ameaças são as políticas de assimilação para promover o idioma oficial do país, o impacto causado por conflitos armados e o deslocamento forçado para outros territórios.

No relatório, que foi entregue ao Conselho de Direitos Humanos, Izsák afirmou que muitos países promoveram agressivamente um único idioma como forma de reforçar a soberania e a unidade.

Tensão

A especialista da ONU declarou que o direito de uma língua para as minorias tem sido, frequentemente, uma fonte de tensão entre e dentro do espaço territorial dos Estados.

Esses grupos estão, em alguns casos, ligados aos movimentos de separação de terras ou têm sido vistos como uma ameaça à integridade do território do país.

Identidade

Para Izsák, o idioma é um elemento central, uma expressão de identidade e chave importante na preservação da identificação de um grupo.

Ela afirmou que a proteção do direito linguístico das minorias é uma obrigação dos direitos humanos. Além disso, é um componente essencial de boa governança e nos esforços para evitar tensões e conflitos.

Globalização

A especialista declarou ainda que a globalização atual, o avanço da internet e das informações digitais estão tendo um um impacto direto e prejudicial sobre os idiomas minoritários e a diversidade linguística.

Izsák explica que a comunicação global e os mercados mundiais exigem uma compreensão universal.