Alerta para geração de crianças em risco, dois anos após início do conflito sírio
Em novo relatório, Unicef relata exposição de menores à violência e a traumas; estima-se que 2 milhões de crianças estejam afetadas em toda a região.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
O Fundo da ONU para a Infância, Unicef, alertou para o que chamou de “aumento do risco de crianças se tornarem uma geração perdida”, num relatório para marcar os dois anos do início do conflito sírio.
A agência defende que os menores são vítimas da violência contínua, do deslocamento massivo e de danos na infraestrutura e nos serviços essenciais. O documento aponta para salas de aula com até 100 alunos. Em Aleppo, uma das cidades mais afetadas, 6 em cada 100 crianças vão à escola.
Doenças
O acesso à água caiu em cerca de dois terços, tendo resultado num aumento de doenças da pele e respiratórias em áreas onde o conflito é mais intenso, refere o estudo lançado, esta terça-feira, em Aman, Genebra e Nova Iorque.
Falando a jornalistas, em Genebra, o diretor executivo do Unicef, Anthony Lake, realçou o impacto do conflito para a região, onde a agência defende haver mais de 2 milhões de crianças afetadas.
Tragédia Dupla
O representante faz alusão ao título do relatório “Crianças Sírias: Uma Geração Perdida?”, dizendo que este realça uma tragédia dupla que afeta crianças dentro do país e em várias nações vizinhas.
A ONU estima que 70 mil pessoas teriam morrido desde o início dos confrontos entre forças governamentais e rebeldes,em Março de 2011. O Unicef aponta, igualmente, a pilhagem de hospitais e a fuga de profissionais.
Traumas
O relatório destaca que vários menores são vítimas de traumas “ao verem membros da família a serem mortos, além de serem aterrorizados com sons e cenas do conflito.”
Em países como a Jordânia, o Líbano, o Iraque e a Turquia, 300 mil crianças refugiadas recebem assistência do Unicef.
Refugiados
Num outro desenvolvimento, o Alto Comissariado da ONU para Refugiados, Acnur, disse haver mais de 1,1 milhão de refugiados sírios na região com ou sem registo.
A Turquia começou a registar os refugiados sírios que vivem fora dos campos de refugiados e em ambientes urbanos, o que ditou um aumento para 258 mil. O país que mais alberga sírios é a Jordânia, com mais de 340 mil refugiados.
*Apresentação: Denise Costa.