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Unesco quer investigação de assassinato de radialista no Ceará BR

Unesco quer investigação de assassinato de radialista no Ceará

Mafaldo Bezerra Goes, 61 anos, foi morto a tiros quando seguia para a emissora FM Rio Jaguaribe, no interior do estado; ele havia recebido ameaças.

Leda Letra, da Rádio ONU em Nova York. 

A diretora-geral da Unesco, a agência da ONU com mandato para defender a liberdade de impresa, condenou nesta quinta-feira o assassinato do radialista brasileiro Mafaldo Bezerra Goes.

Irina Bokova pediu investigação do caso e ressaltou ser importante que os autores do crime sejam levados à justiça. Mafaldo Goes tinha 61 anos e foi morto a tiros em 22 de fevereiro, quando seguia a pé para o trabalho.

Audiência

Ele era radialista da FM Rio Jaguaribe, emissora do interior do Ceará. De Jaguaribe, o colega dele e locutor, Edy Lima, explicou à Rádio ONU que Goes apresentava um programa sobre notícias da cidade e assuntos policiais, e que já havia recebido várias ameaças.

“Ele passou a informar o que ocorria. O capitão (da polícia) vinha dar entrevistas, trazia as operações que vinha desenvolvendo e daí começaram a aparecer as ameaças. (Ele) tinha muita audiência, era muito querido pelos ouvintes. No dia do sepultamento, muita gente chorou, a população foi em peso. Então foi um crime que chocou toda a população e toda a região.”

Paquistão

Segundo a Unesco, a “impunidade não deve ser tolerada, uma vez que reforça a vulnerabilidade dos trabalhadores da mídia e mina seriamente a liberdade de imprensa”.

Também nesta quinta-feira, Irina Bokova condenou o assassinato de dois jornalistas do Paquistão, em incidentes separados. Mehmood Jan Afridi foi morto no dia primeiro e havia recebido ameaças por telefone.

Já Malik Mumtaz estava dirigindo a caminho de casa no dia 27 de fevereiro quando foi assassinado. Ele trabalhava para um canal de TV, um jornal diário e um site.