Estudo aponta recorde de apreensões de marfim proveniente de África
Pnuma refere que em 2011, 17 mil animais foram mortos ilegalmente; pesquisa revela preocupação com perda de habitats e sobrevivência de elefantes.
Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova Iorque.*
As apreensões de marfim atingiram o seu recorde em 2011, refere um novo estudo sobre elefantes lançado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Pnuma.
O documento, divulgado nesta quarta-feira, na capital tailandesa, Bangcoc, indica que 40% da população de elefantes africanos teriam sido mortos ilegalmente no período. O número equivale a 17 mil animais.
Convenção
Além do Pnuma, participou da produção do relatório “Elefantes na Poeira – A Crise Africana dos Elefantes”, a Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Fauna e da Flora Selvagens em Perigo de Extinção, Cites.
O documento alerta para os perigos de redução da espécie devido ao comércio ilegal de marfim. A caça ilegal de elefantes duplicou e o mercado com marfim triplicou na última década.
Ameaça
O problema coloca a populações de elefantes no continente “sob grave ameaça.” O estudo refere que a caça ilegal leva ainda à perda de habitats e à sobrevivência de elefantes da África Central.
Populações dos mamíferos, que pareciam seguras no oeste, sul e leste do continente também estão com sinais de ameaça.
Apreensões
De acordo com os especialistas a principal causa do desaparecimento dos elefantes é o comércio de marfim para a Ásia, especialmente a China. Apreensões de larga escala sugerem que redes de criminosos realizam o tráfico do marfim entre os dois continentes.
O relatório recomendou ações drásticas, incluindo legislações sobre o comércio de marfim, treinamento de polícias para rastrear o contrabando, além de novas técnicas como análise forense do crime ambiental.
Cooperação
A ONU também quer melhorar a cooperação entre os escritórios da agência, a Cites, o Banco Mundial e a Interpol, entre outros.
E as redes criminosas agem com o que o relatório chamou de uma “relativa impunidade”, e quase não há indícios de prisões e condenações.
O chefe do Pnuma, Achim Steiner, disse que a Cites tem que se reengajar no combate ao crime à vida selvagem “com cooperação e criatividade, e levando à participação de países de produção, trânsito e consumo de produtos como o marfim.”