Na ONU, Bachelet cita áreas de ação para combater violência a mulheres
Declaração da diretora-executiva da ONU Mulheres ocorreu na abertura da 57ª Comissão sobre o Estatuto da Mulher; ex-presidente do Chile apresentou plano de ação em cinco áreas.
Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova York.
A subsecretária-geral e diretora-executiva da ONU Mulheres, Michelle Bachelet disse que esta é a hora de agir contra a violência às mulheres.
Bachelet fez a declaração na abertura da 57ª Sessão da Comissão sobre o Estatuto da Mulher, aberta nesta segunda-feira, na sede da ONU, em Nova York.
Direito
A chefe da ONU Mulheres afirmou que todos estão reunidos porque cada pessoa tem o direito de viver sem violência e discriminação.
Segundo ela, o mundo não pode mais suportar “os custos da violência contra mulheres e meninas, os custos sociais e econômicos e da profunda dor e do sofrimento humanos.”
Plano
A ex-presidente do Chile anunciou um plano de ação em cinco áreas para combater a violência contra mulheres.
Bachelet afirmou que vai ser necessário fortalecer a implementação de leis, políticas e programas de governo para evitar e responder à violência.
Serviços
A chefe da ONU Mulheres disse que as autoridades devem dar mais atenção à prevenção da violência. Outro ponto importante é o de unir prevenção e resposta como parte de uma estratégia ampla e coordenada para combater o problema.
Bachelet mencionou ainda fornecer serviços de ajuda às mulheres e finalmente, registrar os casos. Segundo ela, análises e pesquisas são essenciais para a criação de leis, políticas e programas sobre a violência contra as mulheres.
Vítimas
Bachelet afirmou que chega a hora de agir quando 70% das mulheres, em alguns países, enfrentam violência física ou sexual durante a vida.Segundo ela, a violência dos parceiros representa entre 40 e 70% dos assassinatos de mulheres em Israel, Austrália, Canadá, África do Sul e Estados Unidos.
A subsecretária-geral disse ainda que sabe-se que é o momento de ação quando uma em cada três meninas, em países em desenvolvimento, será vítima de casamentos arranjados e 140 milhões sofrem mutilação genital.
Ela citou ainda que milhões de mulheres e meninas são traficadas para trabalho escravo e vítimas também de estupro, como tática de guerra, em regiões de conflito.
Lei
Bachelet afirmou que, atualmente, 160 países têm leis para combater a violência contra as mulheres.
Ela citou o caso da adolescente Malala Yousafzai, de 15 anos, dizendo que sua coragem, determinação e campanha pela educação para meninas serviu de inspiração para muitos.
A paquistanesa Malala quase morreu num ataque realizado por extremistas talebãs porque incentivava o estudo para meninas.