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Em Dili, países exigem vozes dos “mais frágeis” na agenda pós-2015

Em Dili, países exigem vozes dos “mais frágeis” na agenda pós-2015

Primeiro-ministro de Timor-Leste, Xanana Gusmão, fala de mudança de conceito de “desenvolvimento para todos para desenvolvimento de todos.”

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

Centenas de representantes de países pobres exigiram um novo plano de desenvolvimento global que reflita de forma inclusiva os desafios e aspirações dos cidadãos.

A declaração marcou o encerramento da Conferência Internacional de Desenvolvimento para Todos, realizada na capital de Timor-Leste, Díli. Cerca de 400 delegados tomaram parte no evento, que decorreu até esta quinta-feira.

Pós-2015

O grupo pediu maior influência das vozes dos países mais frágeis e afetados por conflitos no estabelecimento da agenda de desenvolvimento global a seguir aos Objetivos de Desenvolvimento do Milénio, cujo prazo termina em  2015.

Timor-Leste lidera o g7+, conjunto formado pelos considerados Estados fragilizados e prevê abordar o conflito e a segurança. Dos países lusófonos, também está integrada a Guiné-Bissau.

Esperanças

O primeiro-ministro timorense, Xanana Gusmão, considerou histórica a emissão da chamada Declaração de Dili, pelo que considerou “definição de prioridades e esperanças para a agenda pós-2015.”

Para Xanana Gusmão, pela primeira vez, as nações mais pobres se uniram para fazer parte do processo de criação de um quadro de desenvolvimento global “equitativo, sustentável e justo.”

Prosperidade

O chefe do governo timorense realçou que “nunca antes a voz foi tão forte”, tendo falado da necessidade de estes se tornarem agentes da própria mudança para a “trilha do conflito e da pobreza para a paz e prosperidade.”

Gusmão disse haver necessidade de garantir que não haja apenas um  “desenvolvimento para todos, mas o desenvolvimento de todos.”

O encontro contou com a presença do secretário executivo da Comissão da ONU para a Ásia e Pacifico, Escap, Noeleen Heyzer. O representante destacou a necessidade de se aproveitar as regiões e a comunidade internacional para abordar questões e prioridades que superam capacidades individuais dos Estados fragilizados.