Perspectiva Global Reportagens Humanas

Ataques suicidas e retaliatórios atrasam retorno de malianos, diz Acnur

Ataques suicidas e retaliatórios atrasam retorno de malianos, diz Acnur

Agência pede ações para combater a impunidade e incentivar a convivência pacífica entre as comunidades;  previstos programas de reconciliação para pessoas que abandonaram suas casas devido ao conflito.

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

O Alto Comissariado da ONU para Refugiados, Acnur, citou a ocorrência de lutas, ataques suicidas e represálias como obstáculos que atrasam o retorno de deslocados no Mali.

Quase dois meses após o início da intervenção francesa no país, a agência pediu urgência nos esforços de reconciliação com vista a combater a impunidade e incentivar a convivência pacífica entre as comunidades.

Autoridades

Em nota emitida, esta sexta-feira, em Genebra o Acnur aponta a ausência de serviços escolares e das autoridades governamentais em várias cidades como estando também por detrás da espera de várias famílias deslocadas.

Fora do Mali, cidadãos de etnia tuaregue ou árabe preferem esperar devido ao medo generalizado de ataques retaliatórios, da criminalidade e de receios da presença de radicais jihadistas na comunidade, defende o Acnur.

Mauritânia

A agência da ONU estima que 430 mil pessoas foram afetadas pelos confrontos entre insurgentes e forças governamentais do país, iniciados em Janeiro do ano passado. Destas, mais de 260 mil estão dentro do país e a maioria dos que fugiram para o exterior vive na Mauritânia, no Burquina Faso, no Níger e na Argélia.

O Acnur lançou um apelo para estabilização e segurança a longo prazo para evitar o prolongamento da crise de deslocamentos do Mali, além de um plano de programas de reconciliação em áreas de deslocamento, de retorno e acampamentos de refugiados.