OMS afirma que 360 milhões sofrem de perda de audição no mundo
Estudo da agência da ONU diz que problema afeta 165 milhões de idosos com mais de 65 anos; crianças com menos de 15 anos também são atingidas.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova York.*
Um estudo da Organização Mundial da Saúde alertou que 360 milhões de pessoas no mundo sofrem de perda de audição. O documento foi divulgado, esta quarta-feira, em preparação para o Dia Internacional do Cuidado Auditivo, em 3 de março.
A pesquisa mostra que a África Subsaariana apresenta um dos maiores índices de perda de audição incapacitante ao lado das regiões do Sul da Ásia e Ásia-Pacífico.
Cuidado Auditivo
Falando à Rádio ONU; de Genebra, a médica da OMS, Regina Ungerer defendeu medidas de prevenção para centros urbanos, onde há grande exposição a riscos de perda auditiva.
Cidades
“Não estando perto de barulhos que sejam acima de 80 a 90 decibéis, uma frequência que começa a prejudicar a audição. Temos que estar numa faixa sempre abaixo disso. No entanto, a gente vive em cidades com muitos ruídos, sons muito elevados, com construções civis, carros, buzinas, metalúrgicas e com som de mp3 e Ipod que de uns 15 anos para cá todo o mundo tem estado com esses aparelhos nos seus ouvidos. Tudo isso tudo, em conjunto, pode ser um dos fatores que vai provocar a surdez”.
A agência diz que 32 milhões de crianças menores de 15 anos sofrem do problema, sendo as infeções do ouvido a principal causa da deficiência, especialmente em países de baixa e média rendas.
Envelhecimento
A OMS afirmou ainda que com o envelhecimento mundial da população, há mais casos de perda de audição. Um em cada três idosos, com mais de 65 anos, convive com a condição, no que corresponde a 165 milhões de pessoas em todo o mundo.
A insuficiência de aparelhos auditivos para pessoas com o problema é tida como um desafio, numa altura em que a produção dos equipamentos supre a demanda de uma em cada dez pessoas.
Aparelho
Nos países em desenvolvimento, menos de uma em cada 40 pessoas que precisam de um aparelho auditivo tem acesso. A transferência de tecnologia é vista como forma garantir que mais aparelhos auditivos cheguem aos países em desenvolvimento.
Doenças infecciosas como rubéola, meningite, sarampo e caxumba são tidas como as que mais podem levar à perda auditiva. A vacinação pode evitar a maioria dessas doenças.
Lesões
Além da exposição ao ruído excessivo, as causas comuns da perda auditiva incluem lesões no ouvido ou na cabeça, envelhecimento, causas genéticas e medicamentos que podem prejudicar a audição.
O estudo cita ainda problemas durante a gravidez e no parto, como infeção por citomegalovírus e sífilis.
A OMS afirma que metade dos casos de perda de audição pode ser facilmente evitada. A organização indica também a possibilidade de tratamento em caso de diagnóstico precoce e intervenções adequadas como aparelhos auditivos cirurgicamente implantados.