Perspectiva Global Reportagens Humanas

Banco Mundial quer que população beneficie de recursos em Moçambique

Banco Mundial quer que população beneficie de recursos em Moçambique

Nove subdiretores do conselho de administração do órgão terminam visita ao país; instituição financeira diz que o país está no bom caminho rumo ao desenvolvimento .

Manuel Matola, da Rádio ONU em Maputo.

O Banco Mundial defendeu que a descoberta de recursos minerais em Moçambique deve trazer benefícios diretos à população, tendo garantido apoio da instituição às autoridades nesse processo.

Nove subdiretores do Conselho de Administração do órgão, que terminaram uma visita ao país, consideraram que Moçambique “está num ponto de viragem importante no seu desenvolvimento económico”.

Falando aos jornalistas, em Maputo, o porta-voz do grupo, John Whitehead, disse que o governo deve trabalhar no sentido de criar condições para que os resultados desta mudança sejam inclusivos.

Segundo John Whitehead, “a riqueza é importante desde que seja utilizada para o benefício do povo. A situação macroeconómica está bem encaminhada e controlada e Moçambique tem uma boa oportunidade para combater a pobreza e criar postos de trabalho, beneficiando as populações”.

Em declarações à Rádio ONU, de Maputo, o coordenador da Ação Académica para o Desenvolvimento das Comunidades Rurais, Adecru, Jeremias Vunjanhe, falou do impacto das descobertas dos recursos minerais.

“Como bem sabemos, cerca de 60 a 80% da população moçambicana vive curiosamente e coincidentemente nas regiões onde estes recursos abundam e que são regiões muito férteis para a prática da agricultura. O que acontece com a descoberta dos recursos naturais e com a corrida das grandes corporações e agências internacionais: essas populações são expulsas, veem os seus direitos desmantelados sem nenhuma garantia nem proteção por parte do governo moçambicano”.

Nos últimos tempos, multinacionais envolvidas na prospeção de recursos naturais anunciaram importantes descobertas de carvão e gás natural no centro e no norte de Moçambique, a que se somam reservas já em exploração no sul do país.