Violência na Síria leva feridos a buscar tratamento fora do país BR

Violência na Síria leva feridos a buscar tratamento fora do país

Conflito, que completa dois anos em março, danificou grande parte da rede hospitalar síria; agências humanitárias estão atuando nos países vizinhos para socorrer mais de 820 mil pessoas que fogem dos confrontos.

Mônica Villela Grayley, da Rádio ONU em Nova York.

A violência na Síria está levando os feridos pelo conflito a buscarem tratamento fora do país.

Em uma reportagem, em sua página na internet, o Alto Comissariado para Refugiados da ONU, Acnur, informou que abrirá um centro de tratamento médico na Síria, nos próximos dias.

Explosão

De acordo com a agência, mais de 820 mil pessoas deixaram a Síria para se refugiar em nações vizinhas.

A violência política, que completa dois anos em março, já matou cerca de 70 mil pessoas. Por causa dos combates, entre tropas do governo e opositores do presidente Bashar al-Assad, grande parte da rede hospitalar da Síria foi danificada.

No campo de Zatari, na Jordânia, um hospital de campanha foi aberto para atender as vítimas. Num dos casos, Mustafa, um sírio de 41 anos, conta que sua casa foi incendiada durante uma explosão “ensurdecedora”.

Coração e Pulmão

Mustafa lembrou dos momentos em que suas roupas pegaram fogo, que afetou todo o seu corpo. Com a ajuda do Acnur e de médicos marroquinos, ele deve passar por operações plásticas para reverter as queimaduras.

Além de queimaduras por causa de bombardeios e explosões, outros sírios sofrem com doenças de coração e pulmão.

Desde a abertura do acampamento de Zatari para os sírios, em julho, mais de 93 mil casos já foram tratados pelo hospital do Marrocos no local.

A Jordânia já recebeu 320 mil sírios desde o início dos combates. Muitos deles precisam de tratamento médico. O Acnur e os parceiros na área de saúde no acampamento de Zatari também estão tentando manter o local livre de epidemias.

Sarampo

Todas as crianças, menores de 15 anos, receberam oferta de vacina contra o sarampo. Cada refugiado, ao chegar, passa por um check-up de saúde para ser atendido em caso de necessidade.

No caso de grávidas e nascimento de crianças com problemas congênitos, os médicos do acampamento encaminham os casos para os serviços do Ministério da Saúde jordaniano.

Os especialistas afirmaram que uma das maiores preocupações é com o impacto psicológico que o conflito está causando aos sírios e particularmente às crianças.